11 de agosto de 2024
VIVER BEM

Exercício igual com resultado diferente


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Reprodução

Duas pessoas podem ter a mesma alimentação e realizar as mesmas atividades físicas, mas a perda de peso nem sempre é igual. Cientistas japoneses descobriram por que isso acontece. Um novo estudo revelou que diferenças na produção de uma proteína influenciam a resposta do corpo aos exercícios.

Pesquisadores da Universidade de Kobe, no Japão, já tinham identificado uma proteína que atua como molécula sinalizadora, PGC-1a, que parecia estar ligada aos efeitos do exercício.

Agora, em nova pesquisa, publicada na revista científica Molecular Metabolism, estudaram camundongos e humanos e descobriram que alguns não produzem a proteína de forma adequada.

Como consequência, consomem menos oxigênio durante a atividade física, queimam menos gordura e perdem peso de forma mais lenta.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas observaram, primeiro, que existem algumas versões diferentes dessa proteína.

"Essas novas versões da PGC-1a, chamadas de "b" e "c", têm quase a mesma função que a versão convencional "a", mas são produzidas nos músculos 10 vezes mais durante o exercício, enquanto a versão 'a' não apresenta esse aumento", explica o endocrinologista Ogawa Wataru, um dos autores do estudo.

Em seguida, eles criaram animais que não produziam as versões "b" e "c" da proteína, mas ainda tinham a versão padrão, para avaliar os impactos dessa diferença genética em crescimento muscular, queima de gordura e consumo de oxigênio tanto em repouso, quanto durante os exercícios.

Os pesquisadores também recrutaram voluntários humanos com e sem diabetes tipo 2 e realizaram os mesmos testes. Isso porque pessoas com diabetes e obesidade tendem a apresentar níveis reduzidos da PGC-1a.

Após os resultados, os cientistas descobriram que a menor produção das versões "b" e "c" fez o organismo responder menos a atividades físicas no curto prazo e não se adaptar a esses estímulos, levando a uma menor queima de gordura durante os treinos.

Nos testes em humanos, os pesquisadores observaram que quanto mais os participantes produziam essas versões da molécula, mais oxigênio era consumido e menor era o percentual de gordura.

"Assim, a hipótese de que os genes no músculo esquelético determinam a suscetibilidade à obesidade estava correta", afirma Ogawa sobre as descobertas.

Os pesquisadores descobriram ainda que o exercício de longo prazo estimula a produção da PGC-1a, que leva aos efeitos positivos da atividade física, ainda que de forma mais demorada.

Número 2: veja frequência pra melhorar a saúde

Fazer cocô várias vezes ao dia não emagrece. Por mais que ocorra uma sensação de redução da barriga, do inchaço abdominal e até mesmo de leveza, o hábito de evacuar não causa redução da gordura corporal.

Mesmo em quadros de diarreia grave, quando a pessoa chega a perder até 2 kg, o que está acontecendo é desidratação

Mas para a saúde é bom. Um estudo divulgado na revista Cell Reports Medicine revela que defecar uma ou duas vezes por dia melhora a saúde a longo prazo.

"Espero que este trabalho abra um pouco a mente dos médicos para os potenciais riscos de não controlar a frequência das evacuações", disse à AFP Sean Gibbons, autor principal do estudo.

Gibbons e sua equipe coletaram dados de mais de 1,4 mil adultos saudáveis.

As frequências de evacuação dos participantes foram classificadas em constipação (uma ou duas por semana), normal-baixa (de três a seis por semana), normal-alta (de uma a três por dia) e diarreia.

Quando as fezes ficam muito tempo no intestino, as bactérias, em vez de digerirem a fibra disponível, fermentam proteínas e produzem toxinas.

"Há um aumento dessas toxinas na corrente sanguínea, que são prejudiciais aos rins", explica Gibbons.

Nos casos de diarreia, a equipe encontrou análises químicas clínicas que indicavam inflamação e dano hepático.