28 de setembro de 2024
OPINIÃO

Coisa de homem

Por Demerval Assis da Silva |
| Tempo de leitura: 1 min

Agora que estamos assistindo à queda do último bastião, que fazia de nós machos seres superiores às mulheres, começo também a me render.

Futebol, quem nunca deu uma "chegada" mais dura no adversário e, depois de vê-lo reclamar auspiciosamente da entrada dura na bola do joelho, não lascou essa "futebol é coisa pra macho, meu chapa".

Pois, então, o futebol, ao menos no Brasil, ainda estava "virgem" na questão do que se referia ao mundo masculino.

Mulher não entendia e muito menos jogava o também chamado "esporte bretão", mas depois de vermos elas "atacando em tudo quanto é coisa", elas eram conhecidas como exímias pilotas de fogão.

Hoje vão dos caças supersônicos à medicina, engenharia, pedreiras e pintoras, bolsas de valores e jogadoras de futebol.

Eu e tantos outros machos, agora com a cara mais lavada do mundo, sentados perfilados nos sofás e arquibancadas, tivemos que mudar mais esse último conceito ou preconceito.

Elas também na bola nos deixaram no chinelo ou, se preferirem, nas chuteiras. Mas antes tarde do que nunca, tarde porque os homens nem classificados foram para Paris 2024.

E se não se cuidarem, vexames pós vexame, ficarão fora da nossa primeira Copa do Mundo em 2026.

E elas, mesmo se não nos trouxerem o ouro, já mostraram para o mundo (masculino) do que são capazes e em evolução. Bem, o papo tá bom, mas tenho que temperar o feijão; o arroz já tá pronto, pois a patroa já está vindo almoçar.

"Um dia vivi a ilusão..."