21 de julho de 2024
BEM-ESTAR & CIA.

Mais uma dose? É melhor não estar a fim nem da primeira


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Consumo de bebida alcoólica pode aumentar risco de várias doenças, segundo pesquisas

Consumir bebida alcoólica - mesmo que em pouca quantidade - diariamente pode reduzir a expectativa de vida. E isso independente de qual seja a opção escolhida: um tulipa de cerveja, uma taça de vinho, uma dose de vodca.. É o que afirma um especialista do Canadá.

Segundo Tim Stockwell, do Instituto Canadense de Pesquisa sobre Uso de Substâncias, uma dose de bebida alcoólica por dia pode diminuir a expectativa de vida em aproximadamente dois meses e meio. O especialista diz ainda que quem bebe significativamente mais álcool do que isso - cerca de 35 doses por semana - pode reduzir dois anos da expectativa de vida.

Atualmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que não existe um padrão de consumo de álcool absolutamente seguro. As principais diretrizes definem o consumo moderado como duas doses ao dia para homens e uma dose para mulheres. Cada dose corresponde a uma lata de 350 ml de cerveja, uma taça de 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado, como vodca ou gim.

Pesquisas recentes mostraram que o consumo de álcool pode aumentar o risco de câncer, doenças cardíacas, pressão alta, derrame, doença hepática e outras, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA.

No ano passado, a Irlanda se tornou o primeiro país a aprovar um projeto de lei exigindo que as garrafas de álcool fossem rotuladas com advertências de saúde. Já o Canadá revisou suas diretrizes de saúde que recomendavam evitar o consumo de mais de duas doses por semana.

Embora se acredite que o vinho tinto faça bem ao coração, quando consumido com moderação, isso não é necessariamente verdade. Pesquisas descobriram que o oposto é verdadeiro.

"Ser capaz de beber é um sinal de que você ainda está saudável, não a causa de estar com boa saúde. Há muitas maneiras pelas quais esses estudos dão resultados falsos, que são mal interpretados, como se o álcool fosse bom para você", alerta Stockwell.

Relação com envelhecimento

Os pesquisadores chegaram à hipótese de que poderia haver uma ligação entre os aldeídos e o envelhecimento, porque indivíduos com distúrbios de envelhecimento prematuro, como a síndrome AMeD, apresentam atividade inadequada de enzimas como a ALDH2, que decompõe os aldeídos.

No caso dos indivíduos saudáveis, a ALDH2 também apresenta um papel indispensável na resposta à ingestão de álcool. Quando alguém bebe cerveja ou vinho, o fígado metaboliza o álcool em aldeídos para que ele possa ser facilmente eliminado pelo corpo. A atividade da ALDH2 é essencial para converter os aldeídos em uma substância não tóxica.

Enzimas bloqueadas

Um estudo realizado por pesquisadores na Universidade de Nagoya, no Japão, associou a presença dos aldeídos (composto químico no qual o álcool é transformado pelo fígado) no DNA com o envelhecimento precoce.

A pesquisa indica que os aldeídos são prejudiciais por serem altamente reativos ao DNA e proteínas.

Segundo os pesquisadores, os aldeídos bloqueiam as enzimas importantes nos processos de manter e criar novas células no corpo, acelerando o envelhecimento.