29 de novembro de 2024
EM BAURU

Procon: diferença de preços entre remédios genéricos chega a 244%


| Tempo de leitura: 4 min
Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Consumidor deve comparar os preços dos medicamentos. Entre os de referência, a variação é 118,68%; drogas ‘sem marca’, de forma geral, são 55,48% mais baratas

Pesquisa anual feita pelo Procon-SP indica que medicamentos apresentam diferenças de preços de até 244,37% entre os genéricos e de 118,68% entre os de referência. No total, foram pesquisados 52 remédios, sendo 26 de referência e 26 genéricos.

O medicamento de referência é um produto desenvolvido pelo fabricante que o registrou primeiro e, portanto, possui a marca registrada. Os genéricos e similares são aqueles desenvolvidos com fórmulas oriundas dos remédios de referência que caíram em domínio público.

O levantamento de preços foi feito pelo Procon paulista em Bauru e envolveu oito drogarias. Mas houve também pesquisa em vários outros municípios paulistas (leia abaixo). Os dados foram coletados entre os dias 27 e 28 de maio.

"A iniciativa do Procon-SP tem como objetivo oferecer ao público referências de preços, além de reforçar a necessidade da pesquisa de preços antes da compra do medicamento", informou o órgão.

Diferença

A maior diferença de preços foi apurada entre medicamentos genéricos. A Nimesulida de 100 mg com 12 comprimidos foi encontrada por R$ 15,60 em um estabelecimento e por R$ 4,53, em outro. Diferença no valor absoluto de R$ 11,07, ou seja, variação de 244,37%. O preço médio apontado foi de R$ 10,27.

Entre os produtos de referência, a maior diferença de preço foi do Tylenol (Paracetamol) de 200 mg/ml. O maior preço verificado foi de R$ 41,79 e o menor, R$ 19,11, sendo a diferença no valor absoluto: R$ 22,68, ou seja, 118,68%. Preço médio: R$ 36,28

Ainda segundo o Procon, comparando os preços médios dos genéricos com os de referência de mesma apresentação, constatou-se que, em média, os medicamentos genéricos são 55,48% mais baratos do que os de referência, o que pode representar uma grande economia ao bolso do consumidor.

Descontos

O Procon concluiu que a aplicação de descontos pode variar de acordo com as condições locais de mercado, rentabilidade da loja e condições comerciais de compra. Em algumas drogarias de rede, há políticas comerciais diferentes para cada canal de venda (loja física, telefone e site - loja virtual). Há outras que são regidas pelo sistema de franquia, não havendo necessariamente uma política única de preços entre os franqueados.

Por essa razão, antes de uma criteriosa pesquisa de preço é interessante que o consumidor consulte a lista de Preços Máximos (PMC) dos medicamentos, disponível no site da Anvisa (https://www.anvisa.gov.br). A consulta também poderá ser efetuada nas listas de preços que devem estar disponíveis ao consumidor nas unidades do comércio varejista, ou seja, nas drogarias, conforme determina a Resolução da CMED.

Munido dessa informação o consumidor deve comparar os preços dos medicamentos entre os diversos estabelecimentos, como também os da própria rede, já que podem variar significativamente.

Na comparação entre preços de medicamentos de referência e genéricos, observa-se que a diferença é grande. Por serem produzidos por diversos laboratórios, os medicamentos genéricos são, em geral, mais baratos. Mas é bom lembrar que um genérico de um mesmo laboratório também pode apresentar preços diferentes entre as drogarias/farmácias. Logo, é essencial a pesquisa de preços sempre aliada à recomendação e prescrição médica, conclui o Procon.

No Estado

No âmbito do Estado, a pesquisa do Procon-SP indica que medicamentos apresentam diferenças de preços de até 685% entre os genéricos e de 134% entre os medicamentos de referência.

Os percentuais decorrem de levantamento feito nos municípios de Araçatuba, Santos, São Vicente, Bauru, Campinas, Jaú, Jundiaí, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, São José dos Campos e Sorocaba. Os dados foram coletados entre os dias 27, 28 e 29 de maio.

A maior diferença de preços foi apurada entre medicamentos genéricos de farmácias em Presidente Prudente. O medicamento Nimesulida, de 100 mg e com 12 comprimidos, por exemplo, custava R$ 23,49. Em outro estabelecimento, o valor era R$ 2,99, o que significa uma diferença de 685,62%.

Entre os produtos de referência, a maior diferença de preço foi encontrada na Baixada Santista: o medicamento Amoxil (Amoxicilina), da Glaxosmithkline, de 500 mg e 21 cápsulas, custava R$ 67,08 em uma farmácia e R$ 29,95, em outra, R$ 29,95, o que corresponde a uma diferença de 123,97%.

Na capital paulista, nos preços praticados por sites de seis grandes redes, a maior diferença encontrada foi de 229,54% entre os medicamentos genéricos. O medicamento Dipirona Sódica, de 500 mg/ml gotas de 10 ml, em um site, custava R$ 7,81 e, em outro, R$ 2,37.

Entre os medicamentos de referência, a maior diferença de preços chegou a 134,77%. O medicamento Dexason da Teuto, de 1 mg/g, era vendido em um site por R$ 9,79 e, em outro, por R$ 4,17.

Levantamento feito nos sites constata que, em média, os medicamentos genéricos estavam 66,83% mais baratos do que os de referência.

De acordo com o Procon-SP, as farmácias e drogarias não podem praticar preços acima do permitido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, que é o órgão responsável pela regulação econômica do mercado de medicamentos no Brasil.