27 de julho de 2024
OPINIÃO

Solidariedade ao Paulo Neves

Por Paulo de Marchi Sobrinho |
| Tempo de leitura: 2 min
Advogado e leitor

É, Paulo, não nascemos há dois mil anos atrás, mas o que o "homem" falou está acontecendo até hoje, principalmente sobre o desrespeito ao seu semelhante, e de forma ampla até à vida, própria e a dos outros, e, o pior, a punibilidade é amena, muito amena, a Justiça, a Governabilidade... estão desacreditadas.

Nossa geração, sim, vamos dizer, era gostosa, você podia passear à noite sem perder seu celular (nem existia) e levar uns tapas na orelha ou coisa pior, jogava futebol descalço, pedalava na Ghorike, trabalhava desde cedo. Disto, em casa, o trabalho era de regime familiar, todos ajudavam papai, que era açougueiro.

Vimos Beatles, Elvis. Anos posteriores, relembrando seus filmes, visitei Acapulco, no México, ví a casa onde nasceu Cantinflas, que nos fazia rir e era meu sonho conhecer "La Quebrada", já que pratiquei saltos ornamentais, mas não mergulhei . Ví já na televisão a Copa de 1970, quando o Dico já era o consagrado Pelé, na adolescência brincávamos na calçada, tendo como uma de minhas amigas Maria Lúcia, sua irmã.

As gerações foram se passando, a tecnologia veio com tudo, vieram as mudanças e, sinceramente, não acompanhei muito bem. Com relação à informática, sofro com ela até hoje, embora tenha sido um "exímio datilógrafo" formado na Escola Progresso, da sua queria mãe Professora Celina, tendo aulas com a Norma China, particularmente digo que adoro folhear o JC (acho que estou na galeria de assinantes históricos) e sujar o dedo.

Fui chamado de retrógrado, se bem que a pessoa que me atribuiu este título mesmo com curso superior, não acertou com a palavra, por eu dar bons exemplos do passado. Passado é cultura, pô.

Tô septuagenário, quase octogenário, faço academia, piloto moto, jogo futebol na categoria elegante super-sênior, nada, enfim, me mexo, mas fico "puto da vida" (desculpem a expressão), quando alguém me diz que já não estou na idade para isto ou para aquilo.

Dependendo do sentido, a palavra "velho" machuca. Tá certo que o tempo é cruel para conosco; passa muito depressa. Recentemente aquele escritor americano consagrado declarou: "A juventude não entende bem a velhice; a velhice é maravilhosa, pena que não temos muito tempo para desfrutá-la".

Ainda lembrando Mário Quintana:

"O tempo é um ponto de vista, velho é quem tem um dia a mais do que eu".

Seguimos... né, meu amigo xará!