Yomi é o nome do mais novo modelo de robô de assistência odontológica para implantes cirúrgicos. A tecnologia promete revolucionar esse tipo de cirurgia oferecendo mais precisão e efetividade. O professor doutor Carlos Eduardo Francischone Jr., dentista em Bauru, foi um dos primeiros brasileiros a conhecer o robô durante um evento internacional. Segundo ele, o sistema permite a programação completa da instalação do implante através de um software avançado, que utiliza tomografias para definir as dimensões e localizações exatas, semelhante ao GPS de um carro.
"O robô não substitui o dentista, mas aumenta a precisão da cirurgia, minimizando riscos e reduzindo o tempo de cirurgia para cerca de três minutos," explica Francischone Jr. Ele destaca que, em comparação com os métodos tradicionais, o robô oferece uma instalação mais precisa e segura, com menor risco de falhas humanas.
A nova tecnologia traz diversos benefícios para os pacientes. A precisão do robô reduz complicações pós-operatórias, permitindo que os pacientes retornem às suas atividades normais mais rapidamente. Além disso, o uso de inteligência artificial (IA) no sistema ajuda a evitar áreas críticas, como nervos e artérias importantes, aumentando ainda mais a segurança do procedimento.
FUTURO DA ODONTOLOGIA
Francischone Jr. vê um futuro promissor para a integração da robótica na odontologia. Ele acredita que, assim como outras tecnologias que se tornaram comuns com o tempo, os robôs também se disseminarão e se tornarão mais acessíveis.
No entanto, o profissional ressalta que a tecnologia ainda é cara e não está disponível no Brasil. O preço atual, segundo ele, é de US$ 300 mil. Ele afirma, também, que ainda não existem modelos "Yomi" operando no Brasil.
No entanto, o robô já tem sido amplamente utilizado ao redor do mundo. De acordo com o site oficial da empresa responsável pela produção da tecnologia, já foram 50 mil implantes instalados pelo Yomi.
Apesar do entusiasmo com a tecnologia, Francischone Jr. adverte que a presença de um profissional experiente continua sendo essencial. O robô, por mais avançado que seja, pode enfrentar problemas técnicos, e a intervenção humana é crucial para resolver imprevistos.
"É necessário ter um profissional extremamente habilitado para operar o robô. Problemas técnicos podem ocorrer, e é importante ter alguém qualificado para lidar com essas situações," ressalta.
VISÃO DO MERCADO
O evento em que Francischone Jr. conheceu a tecnologia foi uma colaboração entre Brasil, França e Estados Unidos, e ele acredita que o mercado odontológico está caminhando para uma adoção mais ampla dessas técnicas. Ele prevê que, no futuro, a robótica e outras tecnologias avançadas serão comuns em clínicas odontológicas ao redor do mundo.
"A robótica é o futuro. Assim como o e-mail revolucionou a comunicação, a robótica vai transformar a odontologia," conclui.
ROBÔ EM NÚMEROS
De acordo com a Neocis, empresa responsável pela criação do braço robô 'Yomi', 50 mil implantes já foram instalados utilizando a tecnologia. Além disso, eles afirmam que, a cada 6 minutos, uma nova cirurgia é feita usando o robô. 'Yomi' também traz vantagem para as clínicas e dentistas que o utilizam. Segundo a Neocis, houve 60% de crescimento médio do volume do implante dos clientes 6 meses após a instalação do robô.
No Brasil, porém, ainda não há previsão para chegada do robô. Custando US$ 300 mil, uma clínica teria que investir, ao menos, R$ 1,6 milhão (câmbio do dia 11 de julho).