A quadrilha presa nesta quarta-feira (3), na capital paulista, suspeita de envolvimento em roubos e furtos em condomínios de alto padrão de vários estados brasileiros (leia abaixo), estaria ligada a uma invasão de um prédio de luxo na zona sul de Bauru, ocorrida em fevereiro deste ano. Na ocasião, conforme divulgado pelo JC, duas mulheres foram flagradas por câmeras de segurança após arrombarem um apartamento.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que os quatro suspeitos presos nesta quarta são investigados por participação no furto ao condomínio, em 18 de fevereiro. "A investigação, conduzida pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Araçatuba, com apoio do Deic da Capital, colheu elementos que apontam o envolvimento da quadrilha no crime", revela. "Paralelamente, a Deic de Bauru prossegue com as diligências para o esclarecimento do caso".
Na ocasião, conforme divulgado pelo JC, no início da madrugada, duas mulheres invadiram o prédio e arrombaram a porta de um dos apartamentos, onde mora um empresário. A ação foi registrada por câmeras de segurança. Para entrar no prédio, as mulheres, que haviam chegado de táxi, se passaram por moradoras, inclusive informando nome, e tiveram o acesso liberado na portaria.
Segundo o registro policial, uma equipe da PM em patrulhamento foi acionada, inicialmente, para atender uma ocorrência de roubo. Porém, quando os policiais chegaram, depararam-se com a porta da entrada de serviço arrombada. Já a porta que dá acesso aos demais cômodos estava trancada.
Com autorização de um responsável, a equipe arrombou essa porta e encontrou o morador e profissional de saúde contratada por ele escondida na sacada do quarto. Ela teria avisado sua chefe sobre a invasão, mas, depois, não atendeu mais ligações, o que a levou a acionar a polícia.
Ao analisar as imagens das câmeras, a PM descobriu que duas mulheres jovens haviam entrado no imóvel após chutar a porta. Elas usavam luvas para não deixarem digitais e, de acordo com registro policial, saíram após descobrirem que havia mais portas e que elas estavas trancadas.
Antes, furtaram da cozinha uma tesoura. O objeto foi usado pela dupla para ameaçar uma moradora durante a fuga. Na sequência, elas pularam a grade que separa o apartamento da rua e correram em direção ao centro.
Nesta quarta-feira, a Operação Lógos, deflagrada pelo Deic e pela Divisão Especializada de Araçatuba, resultou na prisão de quatro criminosos em endereços do centro e da zona leste da cidade de São Paulo.
Segundo a Polícia Civil, o bando agia nos municípios de Barretos, Leme, Marília e Bauru, no interior paulista, e nas cidades de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, Recife, em Pernambuco, e Maceió, em Alagoas.
Após monitorar a quadrilha, a Polícia Civil esclareceu a estrutura operacional do grupo, com ajuda de informações de equipes de outros estados.
Segundo o Deic, o líder selecionava as vítimas por meio de um banco de dados que fazia parte de uma central clandestina de telemarketing.
O homem escolhia os alvos pelo padrão de salário das vítimas, além de realizar ligações diárias no telefone fixo para monitorar quando o morador estava em casa. A partir disso, os integrantes da quadrilha eram acionados para praticar o crime.
Os criminosos usavam carros dublês, ferramentas para invadir as casas, além de armas de fogo. Após a identificação dos integrantes, o caso foi encaminhado à Justiça, que emitiu 15 mandados de busca e apreensão e nove de prisão temporária.
Nos endereços, os policiais civis apreenderam celulares, um notebook, valores em espécie, além de joias, relógios e bolsas de grife. Os quatro suspeitos foram encaminhados à sede do Deic e as investigações prosseguem visando à prisão dos outros envolvidos.