27 de julho de 2024
POLÍTICA

Partidos vivem expectativas e crises às vésperas de convenções

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
André Fleury Moraes
A prefeita Suéllen Rosim e o presidente da Câmara em evento no ano passado do PSD; partido aposta em votos de legenda

A menos de um mês do início das convenções partidárias, quando pré-candidatos passam oficialmente a ser candidatos, partidos políticos de diferentes alas vivem momentos comuns internamente - alguns dos quais protagonizam dura crise interna enquanto outros, cujos filiados são menos pulverizados, veem expectativa positiva na disputa municipal de outubro.

Legendas maiores e com maior expressividade política em Bauru inevitavelmente tendem a enfrentar dificuldades. No campo do governo é o caso do PSD, presidido pela prefeita Suéllen Rosim, que enfrenta uma espécie de "guerra fria" interna entre os candidatos que não detêm mandato e aqueles que já ocupam um cargo eletivo.

O presidente da Câmara, Júnior Rodrigues, por exemplo, é um dos alvos. Ele trava uma batalha particular com o pastor André Maldonado, que chegou a ser lançado pré-candidato pelo PL de Capitão Augusto, desafeto da prefeita, antes de pular para o grupo da situação.

Nenhum dos dois admite publicamente, mas há uma disputa permanente por espaço entre o presidente e o pastor - até porque dividem em grande parte o mesmo eleitorado, os evangélicos.

No PSD a aposta está nos votos de legenda. Integrantes do partido admitem que não há quadros expressivos que despontem com mais de quatro mil votos, por exemplo, mas apostam em bons resultados gerais na chapa para vereadores - sem contar, é claro, com o fato de ser a legenda de Suéllen, candidata natural à reeleição com o poder da máquina pública.

Partido também expressivo na base de apoio, o MDB vive clima ameno, distante das crises que já marcaram a relação da legenda com o governo, mas ainda aposta na possibilidade de indicar o nome à vice.

No campo da oposição, por sua vez, o acirramento de ânimos é mais intensificado - até pela divisão da própria ala adversária do governo, que ainda bate cabeça para formar consensos. O PDT, por exemplo, vê um racha interno e divisão de filiados em pelo menos duas alas.

A primeira, patrocinada pelo presidente da legenda André Neves, defende que o partido apoie a candidatura de Chiara Ranieri (União Brasil) à Prefeitura de Bauru, posicionamento que vem sendo costurado com o PSDB de Caio Coube e que, por outro lado, enfrenta resistência de pedetistas sob o argumento de que a legenda deve se posicionar mais à esquerda.

Outro setor do partido, enquanto isso, aposta no nome do arquiteto e professor universitário José Xaides, que há tempos divulga sua pré-candidatura mesmo sem unanimidade dentro da legenda. Nesta terça-feira (25), o dirigente pedetista André Neves ofereceu a presidência a Xaides sob a condição de o professor apoiá-lo como secretário da legenda.

Questionado pelo JC sobre se aceitou ou não a propositura, Xaides afirmou que vai seguir a orientação do diretório nacional do partido. "Sou um soldado", disse o pedetista.

A situação também é crítica no PT, que não conseguiu formar unanimidade em torno do nome de uma candidatura e delegou a definição à cúpula estadual da sigla.