O Brasil faz sua estreia hoje na Copa América, às 22h, enfrentando a Costa Rica. Há tempos fica uma sensação de que o torcedor “deixou de lado” o amor pela Seleção Brasileira. Uma mistura de pouco interesse junto com a irritação de perder os craques do seu time de coração em jogos importantes. Parece que não vejo mais o enorme arrebatamento que acompanhava todos os torcedores brasileiros nas participações em Copa do Mundo. No meu caso em particular, o não torcer como antes pela Seleção começou depois da Copa de 2006. Até então o envolvimento e a torcida pelo Brasil em campo era colossal. Lembro da tristeza pela derrota contra a Holanda em 74, a revolta pela goleada da Argentina no Peru em 78, o choro incontrolável (na calçada da Avenida Duque de Caxias) na tarde de 5 julho de 82, na derrota pra Itália, a decepção dos pênaltis perdidos contra a França em 86 e da raiva de ver Maradona passando por todo mundo em 90. Mas veio a explosão de alegria com Bebeto e principalmente Romário em 94 e a felicidade de ter Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho juntos em 2002 pra conquistar pela 5ª vez o título de campeão do mundo. Depois disso e a partir da “festa e da bagunça” fora do campo em 2006, na Alemanha, parece que tudo foi deixando a Seleção distante do seu torcedor...
Pode ser que eu esteja enganado. Pode ser que muito dessa emoção venha da memória afetiva, mas acredito que muitos dos torcedores também se decepcionaram muito e diminuíram sua ligação com a Seleção. A Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coréia do Sul foi o último momento de magia e encantamento. Depois disso, foi só “ladeira abaixo”. A eliminação em 2006 foi algo que nunca havia acontecido. Não pelo campo e bola. Pelo que aconteceu fora de campo. Uma geração de craques talentosos que não levou aquela Copa a sério, focou “nas festas”, não se preparou física (Ronaldo com quase 100 Kg) e mentalmente (Roberto Carlos arrumando o meião) e perdeu um título pra si mesma. Pro torcedor ficou a revolta e a indignação. Esse é o momento chave da quebra do elo entre o torcedor e a Seleção. Toda a situação que vemos hoje começou aí...
Temos o costume de explicar o fracasso do Brasil em Copas do Mundo ou em qualquer outra competição sempre pelos nossos erros. Nunca conseguimos colocar nas virtudes dos adversários a nossa derrota. O comportamento mudou a partir de 2006. Não faltaram raça e vontade em 2010, em 2014, em 2018 e em 2022. Faltou ser melhor que o adversário. Não temos mais jogadores fora de série. Não temos mais craques que juntos desequilibravam. Neymar não conseguiu por diversos motivos. A idéia que ficou gravada na memória é a falta de comprometimento de jogadores que estão longe e “não ligam” pro seu país. Hoje em dia isso talvez só explique em parte o distanciamento da torcida. O torcedor brasileiro gosta de ganhar. Está cada vez mais difícil o Brasil ser novamente o favorito ou “o melhor futebol do mundo”. Pra trazer de volta a torcida, é preciso entender que se não somos mais os melhores (e não somos mesmo) é preciso mostrar uma dedicação, uma vontade e um amor a camisa muito maior. É preciso trazer de volta o torcedor. Mostrar que se precisa dele. É preciso voltar a torcer como antigamente pela nossa Seleção...
Pra voltarmos a vencer e termos chance de sermos protagonistas de verdade, o primeiro passo é admitir que não somos mais os melhores. Longe disso. Chega de se autodenominar o “melhor do mundo”. O fato de acreditar nisso e se deslumbrar com o nosso futebol, vinha da certeza de sempre termos pelo menos três jogadores extraclasse, capazes de decidir qualquer partida com seu talento. Foi assim em 2002, quando uma defesa bem armada com uma linha de 3 zagueiros, permitiu que Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho dessem show lá na frente e trouxessem o penta. O grande problema de se achar superior é não analisar os nossos fracassos com honestidade. O brasileiro não consegue admitir que os adversários que nos eliminaram em Mundiais eram muito bons. Na nossa mais sofrida eliminação, a famosa “Tragédia de Sarriá”, falamos e acreditamos sempre que a inesquecível Seleção de 82 (que tinha Cerezzo, Falcão, Sócrates e Zico) perdeu pra Itália porque não recuou pra segurar o empate. Ninguém aqui fala que a equipe de Paolo Rossi era fortíssima na defesa e perfeita nos contra-ataques. Talvez a melhor Itália de todos os tempos, com todo mérito campeã mundial nessa Copa...
Temos que parar de acreditar que só perdemos pra nós mesmos. Parar de quase sempre superestimar nossa Seleção. A de 82 pra mim é o maior exemplo. Cantada e decantada em prosa e verso, mas com muitos defeitos. Pra quem quiser, tenho um vídeo no meu Canal no Youtube (Du Mauad Sports) em que explico as razões. Segue o link: https://youtu.be/tQVZAk_g0xM?si=DGKv9LCPXqJTAlI4
Não é apenas a CBF, a comissão técnica ou os jogadores que precisam trazer de volta o torcedor. Antes de tudo, é ele mesmo. O torcedor precisa deixar de ser clubista e bairrista. É ter de novo pela Seleção o mesmo amor que tem pelo seu clube de coração. Como bem explica o pesquisador e jornalista Celso Unzelte: “A Seleção tem que ter qualidade, espetáculo e resultado. Sempre foi assim. Até faço uma brincadeira que a relação com a Seleção é só sexo, amor é com o clube”. Quando voltarmos a ter esse “amor de clube” pela Seleção, voltaremos a torcer como antes...
O atual camisa 10 da Seleção Brasileira já entendeu que precisa trazer de volta o torcedor. O jovem Rodrygo sabe o quanto é importante restabelecer a conexão e tem o caminho pra agradar quem torce pela “amarelinha”. Em entrevista coletiva antes da estreia ele respondeu como agradar: “Acho que é com o título. Não tem não tem muito o que fazer . É ganhando. Acho que querendo ou não, no Brasil funciona dessa forma. Tem que ganhar para realmente provar algo e é o nosso objetivo. Também não vejo isso como uma coisa ruim, acho que é sempre importante ganhar. A gente sabe que ganhando uma Copa América a gente vai se aproximar muito do nosso torcedor. Usando de exemplo a Argentina também que ganhou a última Copa América e depois ganharam o Mundial. Então a gente pode pegar esse exemplo para tentar essa reaproximação com o torcedor ganhando esse título. Demonstrando vontade também dentro de campo, isso ajuda muito para o torcedor se sentir identificado”...
Mais importante ainda foi o Rodrygo confirmar que existe uma desconexão do torcedor com a Seleção. Questionado ele foi sincero: “Acho que uma parte sim. Mas outra parte a gente sabe que apóia bastante. Mas é normal, a gente está um tempo sem ganhar. O torcedor brasileiro está acostumado a ganhar, ganhou muito no passado, então eles querem voltar a sentir isso de novo. Mas acho que metade não está conectada com a gente e é o nosso papel tentar resgatar”. Acredito que é mais do que a metade...
Chegou a hora da estrear na Copa América. O Brasil encara hoje, às 22h, a Costa Rica. Será o primeiro jogo oficial do técnico Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira. O Brasil está no Grupo D da Copa América, que tem além da Costa Rica, Colômbia e Paraguai. Apenas os dois melhores colocados se classificam pras quartas de final da competição. Desnecessário dizer que a vitória hoje é muito importante em termos de classificação, até porque a Costa Rica aparece como o time mais fraco do grupo (antes da bola rolar). Depois da partida de hoje, a Seleção enfrentará o Paraguai na sexta (28) e encerrará a sua participação na primeira fase contra a Colômbia, na outra terça-feira (2)...
O jogo de hoje acontece no SoFi Stadium, em Inglewood (Califórna), nos Estados Unidos. Dorival Júnior deve escalar a seguinte equipe: Alisson; Danilo, Marquinhos, Beraldo e Wendell; João Gomes, Bruno Guimarães e Lucas Paquetá; Raphinha, Rodrygo e Vinicius Júnior.
O Bauru Tênis Clube recebeu nesse fim de semana a 4.ª Etapa do Circuito Aberto de Tênis Juvenil do Brasil, promovido pela Federação Paulista de Tênis. A competição reuniu mais de 130 tenistas infanto-juvenis, de 10 aos 18 anos, nas quadras de saibro do complexo João Fantin do BTC. Do total de jogadores inscritos, de várias cidades do Estado de São Paulo, cerca de 20 deles são alunos do Projeto Integração de Tênis (PIT) e do Projeto Tênis do Futuro, ambos desenvolvidos no BTC com apoio da iniciativa privada...
Entre os bauruenses, destaque pra tenista Maria Rosseto (campeã na categoria 16 anos Feminino), pro tenista Ronald Vaz (campeão na categoria 14 anos Masculino Primeiro ano), Gustavo Souza (vice na categoria 10 M), Guilherme Souza (semifinal na categoria 14 MP) e Lucas Negri (semifinal na categoria 11 M)...
Participaram também da competição: Henrique Souza (10 M), Pedro Negri (10 M), Gustavo Santos (11 M), Luiz Paiva (11 M), Ana Silva (11 F), Manuela Lima (11 F), Enzo Martins (12 M), Davi Rocha (11 M), Miguel Leme (12 M), Olivia Grejo (14 F), Lucca Souza (16 M) e Davi Oliveira (16 M). Parabéns a todos os tenistas, Professores e apoiadores dos Projetos do BTC...
O SALVE de hoje vai pros amigos apaixonados pelo esporte e que sempre nos acompanham. Um grande abraço pro Claudenor Zopone Junior e pro Claudio Zopone, que fazem um trabalho brilhante com a ABDA, pro Peninha e o seu filho Luiz (que está jogando futebol em Porto Rico), pro Claudinho e o Flávio Buzalaf, Gustavinho Aleixo e Nael Camargo.
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