15 de novembro de 2024
GAME

Mercado de jogos de tabuleiro cresce em Bauru

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Comic Hunters, da Bucaneiros, será lançado internacionalmente neste ano

O mercado de jogos de tabuleiro cresceu no Brasil e no mundo, principalmente após a pandemia de Covid-19. Não foi diferente em Bauru, que conta bares temáticos, editoras e produtoras do chamado 'board games', além de locação.

Em 2018, o mercado internacional deste tipo de entretenimento era avaliado em US$ 11.95 bilhões, sendo que seu valor deve chegar a US$ 21,5 bilhões em 2025, de acordo com a Grand View Research, empresa especializada em pesquisas do tipo.

Thiago Bertozo de Castro, 37 anos, conhece bem essa realidade. Ele fundou a Bucaneiros em 2014, após ouvir um podcast sobre jogos de tabuleiro modernos. Ele e seu sócio da época decidiram abrir uma pequena loja em Bauru. "No começo, a ideia era vender alguns "board games" na frente da loja e programar (software de outra natureza) no fundo", lembra Thiago. Mas o programador de início da carreira precisou mudar de área porque a demanda cresceu rapidamente, fazendo com que a Bucaneiros mudasse seu foco.

Thiago abriu sua primeira loja física em 2017. "Começamos a ter algumas máquinas para fabricar acessórios para jogos de tabuleiro, mas isso passou a tomar muito espaço nas mesas que disponibilizávamos para o pessoal jogar", relembra. A dificuldade levou a empresa a focar mais na fabricação de acessórios e, posteriormente, na produção de seus próprios jogos.

Em 2018, passou a importar e localizar (adaptação que vai além da tradução da língua) jogos de tabuleiro de fora do Brasil, trazendo títulos do mercado internacional ao público brasileiro. "Participamos de feiras na Alemanha, onde negociamos jogos e trouxemos várias novidades para cá", destaca Thiago.

Com o 'boom' no mercado durante a pandemia, a empresa expandiu ainda mais. Thiago conta que, somente de 2019 para 2020, o crescimento foi de cerca de 70%. Nos anos seguintes, alta anual variou entre 30% a 40%.

Atualmente, a Bucaneiros cria os próximos títulos. O Comic Hunters, jogo de colecionar quadrinho, será lançado internacionalmente neste ano e é considerado o título de maior sucesso da empresa. Outro destaque é o "A Quinta série, que habita em nós".

A sinopse descreve o jogo como "festivo, divertido e irreverente, que vai garantir horas de diversão e gargalhadas com os amigos com base em piadas de duplo sentido, nível 'quinta série', que jamais deixaram de habitar o coração e a mente daqueles que se dizem adultos".

DIVERSÃO OFFLINE

Thiago também cita o evento "Diversão Offline", que chegou à sétima edição em 2024. A Bucaneiros leva stands há anos para participar. Ele conta que de 2019 para 2022 [a feira não foi realizada durante a pandemia], o público aumentou 50%, e seguiu expandindo exponencialmente. Neste ano, foram cerca de 12 mil participantes conhecendo e jogando 'board games' no Pro Magno - Centro de Eventos, na zona norte de São Paulo, nos dias 1 e 2 de junho.

LOCAÇÃO

Quem também aproveitou a alta do segmento foi Gabriel Jooji Yamashiro, 27 anos, aficionado por jogos de tabuleiro. Seu acervo, montado ao longo de anos, conta com 50 títulos variados. Para garantir renda extra, ele montou a Asobiya Board Games, que aluga peças de sua coleção a famílias e grupos de amigos em Bauru. O objetivo, segundo ele, é permitir que as pessoas conheçam essas opções de diversão por preços mais acessíveis. Para comprar um jogo dessa natureza, dependendo do modelo, o desembolso varia de R$ 60 a R$ 400. Para alugar e ficar com ele por até 7 dias, os preços oscilam de R$ 10,00 a R$ 60,00.

A Asobiya aposta justamente na popularização deste mercado. Entre os 'board games' disponíveis no site /www.asobiya.com.br/, o mais popular é o "Dixit", um jogo de cartas com imagens artísticas que estimula a criatividade e a interpretação dos jogadores, explica Gabriel. "É um jogo muito premiado e que o pessoal gosta bastante. A ideia é passar uma dica não muito óbvia para que os outros adivinhem qual é a sua carta", acrescenta.

Gabriel opera a Asobiya de sua residência em uma república em Bauru, onde mora com outros estudantes. O negócio é conduzido inteiramente online, com clientes reservando os jogos por meio de um site que também fornece estatísticas sobre os mais populares em diversas regiões do Brasil. "Uso os dados para escolher os próximos itens do acervo", detalha. "Eu foco no público de 25 a 42 anos, que já possui renda fixa ou, então, naqueles com filho pequeno. Mas, ultimamente, tenho alcançado um pouco o público universitário, com os jogos que são possíveis de jogar com a galera", conta.

CURTIÇÃO

A cidade conta ainda com estabelecimentos espalhados em diversas regiões para atender fãs de 'jogos de tabuleiro'. Em várias lojas é fácil encontrar pessoal reunido jogando. Também existem bares, onde é possível degustar pratos e bebidas durante as partidas.