06 de outubro de 2024
EM BAURU

Governo Lula é inchado e ineficiente, diz senador Marcos Pontes

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Guilherme Matos
Pontes critica inquéritos conduzidos por Alexandre de Moraes

Nascido em Bauru, para onde voltou nesta semana para participar da mais nova edição do Arraiá Aéreo, o senador Marcos Pontes (PL) não vê com bons olhos a condução do País por parte do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "É [uma gestão] inchada e ineficiente", define.

O senador conversou com o JC nesta sexta-feira (7) e diz que os dados positivos da economia, como o aumento recente do PIB, não devem se sustentar. "Os gastos públicos estão elevados e o arcabouço fiscal é continuamente atacado pelo Executivo", critica.

Ele critica, por exemplo, a tentativa do governo de se acabar com o programa que desonerou a folha de pagamento de 17 setores da economia. A iniciativa foi criada em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), com o objetivo de fomentar a oferta de emprego.

"Aprovamos no Congresso [a desoneração] e o presidente Lula vetou. O texto voltou para nós e derrubamos o veto. Se você retira a desoneração as empresas vão promover demissões, o que aumenta o gasto público, já que mais gente busca seguro-desemprego, por exemplo. Se você tem mais gente empregada e produzindo, tem mais nota fiscal e o governo arrecada mais", diz.

Não bastasse a derrubada do veto, diz o senador, o governo ainda foi ao Supremo Tribunal Federal para anular a medida. "O STF deu uma liminar equivocadamente na minha opinião. Conheço o ministro [Cristiano] Zanin [responsável pela liminar], mas acho que foi errônea", pondera.

O impasse terminou num acordo do Ministério da Fazenda com o Congresso e a reoneração da folha será implementada de forma gradual. "Mas isso ainda é ruim. Ruim para as empresas, ruim para o País. Até porque o governo vai arrecadar menos [com eventuais demissões]", acrescenta.

Para Pontes, no entanto, o embate é sempre bom para o Brasil. "Quando o governo faz uma coisa errada, a gente, que está ali no Senado, protege a população", argumenta. Ele lamenta, no entanto, a recente aprovação da volta do seguro obrigatório, o chamado DPVat.

"É um peso no bolso do contribuinte que não precisava. Ali dentro do Senado, como meu perfil é mais técnico, costumo conversar com todos os senadores. O DPVat foi aprovado com 41 votos, um a mais do que o necessário, infelizmente", afirmou.

O senador também afirma ver sensatez na postura do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), a quem classifica como ponderado. "Gostaria que ele fizesse algumas coisas de maneira diferente e já falei com ele sobre isso", excetua.

Pontes defende, por exemplo, que pedidos de impeachment contra ministros do Supremo sejam ao menos pautados. "Há mais de 40 [pedidos] ali e seria bom que discutíssemos eles", afirma.

Ele critica também os inquéritos conduzidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e diz que as ações contra manifestantes do dia 8 de janeiro de 2023, quando da invasão dos prédios dos Três Poderes, têm problemas. "Não houve individualização [da pena], entre outras coisas", argumenta.