20 de dezembro de 2025
ENTREVISTA

Lorena Fagundes e Simone Bazotti: 'Afinadas' há 5 anos

Por Guilherme Matos | da Redação
| Tempo de leitura: 5 min
Guilherme Matos
Lorena e Simone, na 96FM

Misturar notícias, entretenimento e música de qualidade pode parecer uma receita infalível de êxito. No entanto, na era dos podcasts, é raro quem se destaque dentre tantas opções. As jornalistas Lorena Fagundes, 34 anos, e Simone Bazotti, 36, porém, encontraram um diferencial. Com carisma e quadros originais, a dupla faz sucesso com o programa 'Afinadas' da Rádio 96FM.

Não por acaso, no último sábado (25), elas receberam mais de 200 pessoas para assistir a uma sessão de Garfield, que marcou a comemoração de cinco anos do programa. A sala lotada e as dezenas de pessoas que pediram foto com as apresentadoras demonstram o reconhecimento e carinho que ambas conquistaram a partir do formato concebido após diversas conversas nos corredores e salas da rádio.

A trajetória das duas tem outras semelhanças. Ambas nutrem paixão pelo rádio desde a infância e buscaram inserção no mercado logo no início das respectivas carreiras. Talvez por isso, como se estivessem na própria casa, relaxam e se divertem fazendo o programa, que começa às 18h, de segunda a sexta. Embalada pelo bate-papo leve da dupla, a proposta virou uma espécie de companhia para ouvintes da cidade toda. Conheça um pouco das 'Afinadas' Lorena e Simone:

JC: Como surgiu a ideia do programa "Afinadas" e como foi o processo de desenvolvimento até a estreia em 2019?

Simone: A ideia do programa surgiu em 2018, quando trabalhávamos na rádio no mesmo período. Na época, percebemos que o rádio estava se transformando e apenas tocar música já não era tão atrativo para os ouvintes. Com informação e entretenimento, sabíamos que sairíamos na frente. Então, resolvemos juntar minha experiência na área artística com a da Lorena no jornalismo e propusemos o projeto para a gerência da rádio, que gostaram da ideia desde o primeiro momento.

JC: Vocês já tinham uma amizade antes de começarem a trabalhar juntas?

Lorena: Nós sempre tivemos afinidade nas ideias sobre o rádio. Trabalhar no mesmo horário nos permitiu trocar muitas ideias e visões sobre o que o rádio precisava.

JC: Qual o tamanho e como é a audiência de vocês?

Simone: Não temos uma medição exata de audiência, mas a participação dos ouvintes no WhatsApp é um termômetro importante. Recebemos centenas de mensagens constantemente.

Lorena: O que sentimentos na verdade é o "calor" da audiência. Nossa medição de crescimento nestes cinco anos é o que víamos de interação e o que temos agora — que aumentou bastante.

JC: Qual foi o momento mais marcante do programa nesses cinco anos?

Lorena: Eu gosto muito do feedback do ouvinte e do impacto que causamos. No começo não imaginei que a gente poderia afetar tanto a vida das pessoas. Muitas pessoas nos disseram que nosso programa é uma companhia diária importante, especialmente para motoristas de aplicativo. Isso me surpreendeu muito e me fez perceber o quanto podemos mudar positivamente a vida das pessoas.

Uma vez, perguntamos aos ouvintes "o que te faz feliz" e recebemos uma mensagem agradecendo pela pergunta. Ele contou que estava numa semana muito difícil, que a família o fazia feliz e que esta tinha sido a razão para ele "continuar aqui". Nesse dia virei para a Simone e disse que se o programa acabasse naquele dia, ele já fez a diferença, porque pode ter salvo a vida de uma pessoa. Nós duas ficamos bem impactadas com essa história.

JC: Quais foram os principais desafios enfrentados nesses cinco anos?

Simone: A pandemia foi um dos maiores desafios. Manter o programa no ar com conteúdos leves durante um período tão difícil foi complicado, mas recebemos muitos retornos positivos das pessoas que buscavam uma forma de fugir das notícias pesadas da TV. Mas é um desafio diário. Todo dia precisamos abrir o microfone e informar as pessoas com toda responsabilidade jornalística. Todos os dias nos esforçamos para manter o ouvinte com a gente e, por isso, também variamos programas, criamos o formato de temporadas de alguns quadros etc.

JC: Como vocês escolhem os temas e músicas para o programa?

Simone: Nós dividimos as tarefas. Eu fico mais com a parte de entretenimento e músicas, enquanto a Lorena se concentra nas notícias e apurações. Buscamos sempre trazer conteúdos que gostamos e que achamos que têm a cara do "Afinadas".

Lorena: No geral, trazemos notícias que a gente gosta. Algumas notícias, quando lemos já pensamos: "é a cara do Afinadas".

JC: Vocês são reconhecidas pela voz fora da rádio?

Lorena: Sim, já aconteceu algumas vezes. As pessoas reconhecem nossa voz ou até mesmo nosso nome. Já teve caso de eu estar num karaokê, cantando, e uma pessoa gritar: "ah, é a Lorena do Afinadas". Eu costumo brincar e dizer que só o programa é afinada, eu não.

JC: Como foi a trajetória de vocês até chegarem ao "Afinadas"?

Lorena: Eu nasci em Campinas, mas cresci em Bauru. Me formei em jornalismo na USC. Comecei no rádio em 2011 na Auriverde e desde 2014 estou na 96FM. Sempre fui apaixonada pelo rádio, principalmente por poder chegar em mais lugares do que outras mídias como a TV e o impresso. Também tem a questão do imediatismo e do factual, que também sempre foi minha paixão.

Simone: Eu nasci em Gália, mas minha família mudou para cá quando eu era bem nova. Tenho memórias desde a infância com o rádio. Eu sempre tive o aparelho e pedia aniversário sempre. Por isso, tive vários modelos ao longo da vida. Com o passar do tempo fui me interessando também pelo jornalismo e decidi fazer um curso no Senac de rádio. Neste período, surgiu a oportunidade de trabalhar na 87 FM de Bauru, uma rádio comunitária. Em 2009, fui convidada para a 96FM e estou aqui desde então.