Um grupo de moradores queimou pneus e bloqueou a avenida Castelo Branco, entre as quadras 27 e 28, nesta quarta-feira (15), por volta das 19h. Homens, mulheres e crianças, reunidas ao redor das chamas, gritavam pelo restabelecimento do fornecimento de água em bairros da região. De acordo com as pessoas no protesto, Vila Ipiranga, Jardim Ferraz e Ouro Verde estão sem água há cinco dias. Também há relatos de munícipes com as torneiras secas há oito dias.
Claudemir Francisco dos Santos, morador da Vila Ipiranga de 55 anos, afirmou que, na corrida eleitoral de 2020, a prefeita Suéllen Rosim (PSD) foi ao bairro e prometeu a construção de um novo poço para fornecer água para a região — o que não teria ocorrido. Mães que acompanharam a ocorrência estavam revoltadas devido à suspensão das aulas em uma escola nas redondezas. Segundo ela, os pais foram acionados durante o dia para buscar seus filhos na instituição por causa da falta d’água. “Eles disseram que não poderiam nem fazer a merenda”.
Para os moradores, o rodízio não está funcionando. Essas demandas, somadas a outras reclamações relacionadas à UPA do bairro, irritaram o grupo de moradores. Segundo eles, os cinco dias sem abastecimento foram o estopim para a revolta que os levou a bloquear as ruas. Em gritos e palavras de ordem, os moradores pediam por água e pediram à prefeita para ir até o local.
Ao JC, o tenente da Polícia Militar (PM) Luiz Antônio Carvalho relatou que os agentes foram acionados via Copom e chegaram ao local por volta das 19h20. Ele conta que, depois da chegada da primeira viatura, parte dos manifestantes se dispersou e nenhum representante conversou com a corporação. A reportagem contou cinco viaturas no local, sem contar o GOT e o caminhão do Corpo de Bombeiros que dispersou as chamas e a manifestação às 20h.
OUTROS CASOS
Conforme o JCNET já divulgou, em meio à grave crise hídrica em Bauru, com racionamento de água feito em sistema de rodízio do DAE, moradores da Vila Falcão, Vila Pacífico e Alto Paraíso se queixam de torneiras secas há cerca de uma semana. Alguns relatam 6 dias e outros 8.
Alguns deles disseram que ligaram para o DAE para pedir caminhão-pipa e foram informados que o tempo de espera é de 24 a 48 horas.
O presidente da autarquia, Leandro Joaquim, disse que a falta de água nestas localidades é um problema crônico e que o departamento de água programou inserir uma bomba de recalque, dos reservatórios apoiados para os mais elevados, com o objetivo de dar pressão.
DAE
Ao JC, o DAE informou que o abastecimento do grupo 1 (ao qual os bairros citados nesta matéria pertencem) foi estendido até as 12h desta quinta (16). A autarquia também informa que a captação da lagoa foi de 200 litros por segundo para 320 litros por segundo, nesta quarta, às 21h.
“O DAE está fazendo mais ligações, para que haja uma menor dependência da Lagoa de Captação do Rio Batalha”, afirma ele. Essa região destacada por Leandro Joaquim atende em média 100 mil munícipes. A régua da lagoa de captação de água do Rio Batalha mediu, nesta terça-feira (14), 1,95 metro. O ideal é 3,20 metros.
Em nota, o DAE ressaltou que, durante o revezamento do sistema de abastecimento (troca de abastecimento de uma região para outra), o grupo atendido naquele momento não recebe água de maneira imediata. "Isso porque é necessária a recuperação ou 'enchimento' da rede de água, o que pode levar algumas horas a depender de fatores como tamanho, consumo e altura do bairro ou região", afirma.