A Prefeitura de São Paulo inicia nesta segunda-feira (13) a operação do transporte aquático na represa Billings, na zona sul de São Paulo. A inauguração estava prevista inicialmente para 27 de março, mas foi adiada.
A suspensão ocorreu porque a operação de barcos seria feita pela empresa Transwolff, que é investigada por suposta ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital) e por isso está sob intervenção da gestão municipal desde abril.
Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a operação inicia nesta segunda de forma "assistida", ou seja, com menor capacidade de passageiros e em tempo reduzido. Também não haverá cobrança de tarifa nessa primeira fase.
"Como é uma operação assistida, é sem cobrança da tarifa e terá toda a equipe monitorando e acompanhando como é que vai ser a evolução desse transporte novo na cidade de São Paulo. Vai ser avaliada a necessidade de colocar mais barcos, quando, se aumenta o horário de atendimento. Nessa segunda, inicia o transporte aquático das 10h às 16h", disse Nunes.
Na fase de teste, o barco deverá rodar dentro desse horário e com capacidade reduzida. Pelo projeto, o sistema aquático contará com dois barcos com capacidade para 60 pessoas cada um, que deverão funcionar das 6h às 20h. Essa fase de testes poderá durar seis meses.
O percurso liga o bairro Cantinho do Céu, na região do Grajaú, ao Parque Mar Paulista, em Pedreira. O trajeto de 17,5 km demora, atualmente, cerca de 1h20 e demanda duas viagens em linhas de ônibus diferentes.
Além dos problemas com a Transwolff, o Ministério Público também pediu a suspensão da operação. O órgão alegou que a prefeitura deveria elaborar mais estudos sobre o impacto ambiental do projeto na represa Billings.
Uma liminar foi concedida no fim de março impedindo a inauguração do serviço.
No processo, a SPTrans declarou que o projeto-piloto estava regular pois houve apreciação da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) mediante parecer técnico, que entendeu pela não necessidade de licenciamento ambiental por se tratar de projeto de pequeno impacto. Até que no dia 14 de abril o desembargador José Helton Nogueira Diefenthaler acatou os argumentos da SPTrans e suspendeu os efeitos da liminar.
O sistema de transporte aquático é um dos principais projetos que o Nunes pretende tirar do papel para apresentar em sua campanha à reeleição à Prefeitura de São Paulo. A proposta foi sugerida por ele em 2014, quando ainda era vereador.
A gestão municipal celebrou apenas no último dia 7 o convênio para que a SPTrans operacionalize o transporte aquático, conforme publicação no Diário Oficial. O prefeito havia prometido esta transferência no dia 17 de abril.