28 de setembro de 2024
OPINIÃO

A pergunta que mais se ouve

Por Alfredo Enéias Gonçalves d'Abril |
| Tempo de leitura: 4 min
professor universitário, aposentado

Dias destes, conversando em minha residência com o prof. Joaquim Elíseo Mendes, muitas vezes se fazendo acompanhar do capitão Renato, oficial da marinha aposentado há pouco tempo, o qual transferiu sua residência de Curitiba para um apartamento vizinho do prof. Joaquim, seguindo-se dessa proximidade uma amizade que fiquei incluído, disse-me que os Altos da Cidade estão com suas placas indicativas de via pública todas danificadas, e a prefeitura de Bauru não desenvolveu nenhuma ação para recuperá-las ou substituí-las por outras que informem e orientem o motorista, notadamente o que chega de outras cidades, mantendo esse descaso não de hoje, ao revés, ele vem de longe, de administrações passadas, o que saí deixa esse importante serviço ao que entra, e deslembrança se opera sucessivamente.

Recordo-me das antigas indicações de vias públicas, pintadas numa placa metálica de 20x10 cm, mais ou menos, de cor azul escuro com as letras brancas indicando as vias, colocadas abaixo das lajes dos prédios residenciais e comerciais localizados em esquinas.

Eram placas de metal, bem elaboradas, parafusadas nos prédios, visíveis pelos motoristas, se tratando de uma intervenção administrativa em prédio alheio, sem oneração ao proprietário, baseada no instituto da servidão pública.

O proprietário insatisfeito com o modelo da placa, muito simples para sua residência de valor significativo, podia, por sua conta, mandar confeccionar uma placa de bronze, acatando seu gosto e eliminando o visual de placa azul e branco, comum a todos. Ainda se encontram em residências de bairros mais antigos essas placas mostrando nas duas cores ostentadas, a identidade da casa.

Ontem, estive a procura de uma casa dos altos da cidade, desconhecendo como chegar de carro até a ela, e, pessoalmente senti a impossibilidade de dirigir veículo e esforçar-me para ler o nome da rua, posto que as placas estavam amassadas e viradas para o lado contrário, tornando-se um aviso de todo inútil, além de perigoso ao motorista que dirige num trânsito bem movimentado e quase espremido, com os olhos fixados nas placas ao mesmo tempo.

A situação dos bairros é a mesma ou mais agravada com a ausência desse material. As vias públicas da periferia da cidade em bairros mais antigos é a que mais reclama das placas. Sem exagero, há ruas longas com todos os quarteirões sem nenhuma indicação.

É o caso da rua que une os bairros Geisel com Redentor. Pense no trabalho do motoqueiro sempre acelerado procurando a noite uma determinada rua, mas sem indicação a orientá-lo viu, na rua escura, um solitário homem caminhando e chegando a ele perguntou: o senhor sabe onde fica a rua tal? O indagado coçou a cabeça e respondeu: não sei não senhor, eu não sou desta cidade! A regra é essa, vias públicas sem placas indicadoras de nomes ou placas danificadas, inúteis ou prejudiciais ao trânsito; a exceção é encontrar uma placa que foi poupada pelos vândalos da noite, grupo de predadores que nada faz, portanto, desnecessário à vida na sociedade produtiva, porém, tem o pensamento voltado na destruição do bem alheio. Até agora esses celerados não descobriram meios de galgar pelo suporte, as placas fixadas abaixo dos semáforos, a exemplo de S. Paulo e outras cidades melhor sinalizadas.

A prefeitura municipal que tem inúmeros problemas a resolver, destacando-se o interminável rumo tomado na questão da ETE, acumulando verba suficiente para igualar-se a cidade de Piracicaba e outras com 100% do esgoto tratado, contudo, entravada por questões menores divergidas entre nossos Poderes Estatais amarrando estudos necessários do projeto e que não tem prazo para terminar, bem que poderia estudar através de pessoas especializadas e entendidas no assunto, uma sinalização das vias públicas que ficasse longe do alcance de vândalos e, depois de pronta, entregar sua confecção e instalação à terceiros.

Se a prefeitura empobreceu e não possui verba para atender a prestação desse serviço, acompanhando a sorte de parte de sua população, que pense rápido em arrecadar entre seus contribuintes, com direito a ter seu nome na placa, recursos para a implantar o serviço, a exemplo de uma "vaquinha", sistema comum de contribuição a guisa de doação realizada entre particulares.

A desinformação causada pela ação dos vândalos danificando e destruindo as placas informativas chega até aos mototaxistas que procuram saber dos transeuntes a localização de vias públicas para a entrega de encomendas.

É vergonhosa essa mesma situação perdurar por tantos anos sem nenhuma ação proveitosa do Poder Público Municipal.