A pequena Alice Luz dos Santos Aragão, de apenas seis anos, está internada na Santa Casa de Franca desde a última terça-feira, 16, após começar a vomitar sangue. A mãe, Daiane Luz, compartilha sua angústia diante da situação enfrentada por sua filha. Os médicos não conseguiram ainda fechar um diagnóstico para os sintomas da criança.
"Ela está com infecção de urina, e não acharam a causa do vômito com sangue, não tem diagnóstico, disseram que ela iria ter alta", desabafou a mãe.
Mesmo com a gravidade da situação, os profissionais de saúde da Santa Casa de Franca estariam considerando liberar Alice do hospital sem solucionar e sem dar nenhum diagnóstico sobre seu quadro clínico, segundo a mãe.
Diante da falta de respostas que considera adequadas por parte dos médicos, a mãe contou a sua indignação: "Acho um absurdo não achar o diagnóstico. São médicos, têm que continuar investigando, não é normal uma criança vomitar sangue".
Embora os exames tenham descartado a possibilidade de dengue, a causa dos sintomas de Alice ainda não foi identificada. "E não é dengue, pois o exame deu negativo", afirmou a mãe, contando sobre o caso de sua filha.
A orientação da Santa Casa de Franca é para tratar a infecção em casa e retornar ao hospital apenas se os sintomas persistirem. Isso levanta sérias preocupações para a mãe de Alice. "Falaram para tratar a infecção em casa, e se caso ela vomitar sangue de novo, em três dias é pra voltar com ela, porém os exames padrão não acharam nada e não tem diagnóstico", explicou.
Diante da pressão para que Alice receba alta hospitalar sem um diagnóstico conclusivo, a mãe resolveu não assinar o documento de alta da filha. "Era pra ela ter recebido alta ontem, mas eu me recusei a assinar a alta sem saber o diagnóstico".
Santa Casa
A equipe do GCN/Sampi entrou em contato com a Santa Casa de Franca na tarde desta sexta-feira, 19; até às 16h55 desta sexta-feira, quando esta matéria foi publicada, a solicitação não havia sido respondida.
Após a publicação da matéria, a Santa Casa enviou a seguinte nota de esclarecimento:
"A paciente citada na reportagem veio encaminhada à Santa Casa de Franca para investigação de hematemese relata pela mãe da paciente. Durante toda a internação não apresentou mais nenhum episódio de hematemese, mesmo assim durante todos esses dias a paciente foi submetida a uma série de exames laboratoriais e de imagem, inclusive endoscopia, além de ser avaliada por vários especialistas diferentes, os quais também não mostraram nenhuma alteração que justificasse a queixa que a mãe da paciente trouxe. Mesmo assim permaneceu internada para observação, acolhimento e tratamento humanizado. Foi proposto pela equipe seguimento ambulatorial para que a mãe da paciente e a paciente continuem sendo acolhidas e em observação da queixa relatada, porém a mãe nega a alta com seguimento ambulatorial dizendo-se insegura. O Grupo Santa Casa de Franca preza sempre pela melhor assistência à seus usuários, mas não vê lógica em manter uma internação sem critério médico e apenas por insegurança da família, mesmo sendo proposto o seguimento ambulatorial, ainda mais neste momento em que a saúde do município e região carece de leitos de internação para os pacientes que aguardam aflitos por vagas nesta nossa instituição."
Matéria atualizada às 20h27