28 de setembro de 2024
OPINIÃO

Sirval Gomes Camargo

Por Erlinton Goulart |
| Tempo de leitura: 2 min
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"Laila, Índia e Luzia na rede. Teresinha levanta e no fundo da quadra Solange e Ratigueri. Bola alta nas pontas e quando girar Teresinha sai para a entrada da Margaret. Neide no lugar da Luzia e Cleomar na Índia". Prof. Sirval comandou, hipoteticamente, o treino, mas não foi para o jogo. Sirval Gomes Camargo, 83 anos, faleceu de infecção generalizada.

Foi "o pai", como se dizia antigamente, do vôlei feminino de Bauru que ele iniciou no Sesi na década de 1960 e depois no BAC - Bauru Atlético Clube, onde simplesmente jogou Pelé.

Na quadra de ladrilho do BAC, onde hoje funciona os Supermercados Tauste, a equipe triturava as adversárias, mas parava quase sempre em Lençóis Paulista, que tinha a ponteira Bety, com quase 2 metros de altura.

As meninas respiravam ofegantes quando o Prof. Sirval, alto, olhos verdes... Ministrava aulas de Educação Física no histórico Colégio Morais Pacheco, no não menos famoso Jardim Bela Vista. Era o Sirval em quadra e o Édson Celulari na cantina.

Sirval Camargo formou-se em Educação Física na primeira turma da ITE - Instituição Toledo de Ensino, onde anos mais tarde foi dar aula. Camarguinho, como era chamado pelos amigos de bilhar, do Bilhar Matheus, na quadra 7 da 1º de Agosto.

Lá se encontrava com o maestro Badê, o investigador Pila, o folclórico Wilson Barbeiro e a figuraça do Pafúncio. Bons tempos sem vagabundos e sem pedintes como agora no centro da cidade, que é só pobreza e analfabetismo.

Conheci o Sirval em 1973 nos Jogos Regionais de Ourinhos. O frio era imensurável. À noite me cobria com jornal e a coberta de colcha de retalho. Nunca mais nos largamos. Ensinou-me o beabá das modalidades esportivas. Não esqueço jamais.

Ainda como técnico do BAC levou a equipe a fazer jogo amistoso contra o Flamengo, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, diante de mais de 8 mil pessoas, e depois contra o Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte.

Sirval jamais trabalhou na Semel e sim subdelegado regional da SET - Secretaria de Esportes e Turismo, do Estado de São Paulo.

O Sirval não percebe o amor que lhe devoto...

Prof. Sirval foi casado com Neide, Perciliana, Sheylla e Angélica. Sheylla graduada muito acrescentou na vida do Sirval e Angélica ex-jogadora da Seleção Brasileira de vôlei e que cuidou do Sirval nos últimos 15 anos. Deixa ainda os filhos Carlos Eduardo (falecido), Roger Barude, Camila e Lucas e o neto Bruno.

Issoooo, Camarguinho, tome mais um gole de conhaque Domecq, com gelo. Neusa Scheffer e Cleomar o estão esperando para o jogo eterno...