21 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Privatizar a Saúde: destruir o SUS!

Por Osvaldo Gradella Júnior |
| Tempo de leitura: 2 min
O autor é professor universitário

O SUS está sendo destruído em Bauru. Uma das características da extrema direita é a privatização dos serviços públicos, principalmente as políticas públicas sociais, como saúde, educação e assistência social. A sanha privatista da extrema direita se consolida cotidianamente em nosso município, sem maiores resistências. Ou melhor dizendo, com a omissão e conivência daqueles que deveriam zelar pelas políticas públicas cidadãs. Apesar de ter saído uma avaliação do TCE/SP sobre a atuação dessas Organizações Sociais de Saúde (OSSs) demonstrando que não prestam um bom serviço à população e custam mais caro aos cofres públicos (JC, 2, 3 e 4 /12/2023), a gestão pública ignora essa realidade e quer a todo custo impor a privatização de alguns serviços de saúde, tal como anunciado pela atual secretária municipal de Saúde (JC, 24/02).

Outra característica da extrema direita é o negacionismo, que não aceita informações que tenham base de realidade. Preferem fazer um discurso sem nenhum dado que corrobore as afirmações, mesmo que os dados contradigam o próprio discurso. Mais grave é o desrespeito à população, pois não consta a aprovação na Conferência Municipal de Saúde da privatização de qualquer unidade de saúde. Também não aparece nenhum posicionamento do Conselho Municipal de Saúde a esse respeito. Esse órgão de controle social é obrigatório nos municípios para receber o financiamento do SUS, é fiscalizador da gestão municipal, é deliberativo e tem o poder de barrar ações desse porte. Omissão ou conivência? Qualquer uma desses posicionamentos ou falta dele prejudicam novamente a população. Não é à toa que aumentou o aporte orçamentário na saúde. Não para melhorar a saúde, mas para financiar o setor privado e passar um discurso do cuidado com a população.

Essa fragmentação (cada OS com uma unidade de saúde) não possibilita a implementação de qualquer política pública social, tal como a saúde, que tem como um dos pressupostos a atuação em rede. Nunca se ouviu essa gestão falar como viabilizaria a rede ou quais as propostas para resolver os problemas de saúde do município, pois não tem nenhum projeto nesse sentido. Somente privatização e entrega dos serviços públicos para o setor privado. Uma placa de vende-se na entrada da cidade seria a mais perfeita representação dessa gestão.