29 de novembro de 2024
PÁSCOA EM BAURU

Com alta de 13%, ovos de Páscoa já ocupam os corredores nos mercados


| Tempo de leitura: 2 min
Guilherme Matos
Ovos de Páscoa fazem a festa da criançada e dos adultos: pesquisa de preços é recomendada

Passado o Carnaval, os supermercados de Bauru já estão prontos para a próxima data comemorativa que aumenta as vendas no início do ano: a Páscoa. O produto símbolo da época, os ovos de chocolate, mais uma vez sofreram aumentos nos preços. Um levantamento realizado pelo JC em seis marcas em sites e supermercados da cidade mostrou que houve um crescimento médio de 13,07% no valor das mercadorias.

O maior aumento foi no ovo de páscoa de 280 gramas da Cacau Show que custava R$ 54,90 em 2023 e passou para R$ 63,99 em 2024, um crescimento de 16,6%.

O ovo Língua de Gato, um dos carros-chefes da Kopenhagen, era comercializado por R$ 121,90, com 300g de chocolate. Neste ano, o valor subiu para R$ 125,90, com uma redução para 276g.

O aumento ocorreu, também, nos ovos de marcas mais populares. O ovo Sonho de Valsa (357g) saltou de R$ 53,99 para R$ 59,99 (11,2%). O mesmo ocorreu com o Oreo (257g), que foi de R$ 42,99 para R$ 49,99 (16,3%) e com o Ouro Branco, de R$ 58,99 para R$ 65,99 (11,9%).

O PORQUÊ

A amêndoa de cacau, principal matéria prima para a produção dos chocolates, tem atingido preços recordes no mercado internacional. Em julho de 2023, o insumo atingiu o valor mais alto em quase 50 anos.

De acordo com o portal especializado Mercado do Cacau, "as negociações da fruta na bolsa de Nova York se iniciaram em 1920, com o preço estimado em US$ 300 pela commodity. No contexto atual, de outubro de 2018 até outubro de 2023, o custo médio da tonelada do cacau subiu 72%, passando de US$ 2.134,20 para US$ 3.691,61 a tonelada. Após isso, o preço atingiu seu maior nível desde o início da negociação de futuros da amêndoa, chegando a US$ 4.048,33", diz a matéria publicada em novembro do ano passado.

Os valores continuaram a crescer impulsionados, principalmente, pela crise climática. Uma pesquisa publicada pelo periódico Science Advances, cafezais e cacaueiros do mundo e, inclusive, do Brasil, correm risco de ficar sem insetos que polinizam as flores. A população desses animais, essenciais para produção de frutos, pode cair para menos da metade num planeta mais quente, calcula o estudo.

Na última quinta-feira (22), os contratos futuros do cacau da bolsa de Nova York chegaram a US$ 6.000,00. Na sexta (23), a bolsa em NY atingiu a máxima de US$ 6.139. Para o Mercado do Cacau isso "reforça a possibilidade de o mercado caminhar para o quarto déficit global consecutivo", aponta.