O jovem João Vitor Fontes Pompiano, de 22 anos e que morreu em confronto com a polícia logo após matar a tiros sua tia e seu primo na avenida Castelo Branco, em Bauru, estava sob efeito de cocaína no momento do crime. A conclusão consta do laudo toxicológico entregue à Polícia Civil e à Justiça na última quarta-feira (13) no âmbito do inquérito que apura as circunstâncias dos homicídios.
Conforme o JC noticiou, a tragédia familiar ocorreu em 28 de agosto deste ano em uma residência na avenida Castelo Branco, Vila Nipônica, e gerou bastante comoção na cidade. Na ocasião, João Vitor ainda tentou matar um tio, de 63 anos, mas a arma falhou.
De acordo com o exame toxicológico, foi detectada a presença de cocaína na concentração de 50 ng/mL (nanograma por mililitro) no sangue de João Vitor. Não havia presença de álcool etílico.
No documento de perícia técnica, realizada no local dos fatos, consta ainda que foram encontrados dois eppendorfs transparentes vazios e um tubo plástico no bolso da calça de João Vitor, além de um celular, isqueiro, duas chaves e um cartão bancário.
Agora, o delegado Gláucio Stocco, da 1.ª Delegacia de Investigações Gerais (1.ª DIG) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Bauru, responsável pelo inquérito policial, aguarda a conclusão dos laudos das armas e munições apreendidas, o que possibilitará o exame de confronto balístico com os projéteis retirados dos corpos das vítimas. A comparação é necessária para se ter certeza de quais armas foram disparadas.
Ainda na intenção de elucidar o que motivou o assassinato dos dois familiares, detalha o delegado, a Polícia Civil intimou o pai e a mãe de João Vitor para que prestem declarações.
RELEMBRE O CASO
Segundo o boletim de ocorrência (BO), João Vitor Fontes Pompiano matou a tiros sua tia Marly Fontes Noé Leite e seu primo Diego Jefferson Noé Leite, e ainda tentou matar seu tio, dentro da casa da família na avenida Castelo Branco, na Vila Nipônica. O crime aconteceu por volta das 22h de 28 de agosto deste ano.
Acionados para atender o caso, policiais militares do 13.º Batalhão de Ações Especiais da Polícia (13.º Baep) chegaram no endereço e, durante a varredura no imóvel, além das duas vítimas fatais, se depararam com João Vitor, armado, nos fundos da casa.
De acordo com o BO e a versão da própria corporação, os PMs verbalizaram para que o homem largasse a arma, mas ele apontou o dispositivo na direção da equipe, que atirou em defesa. João Vitor veio a óbito no local após ser alvejado, segundo o laudo necroscópico, por dez disparos em diferentes partes do corpo. Foi constatado que o autor/vítima portava um revólver calibre 38.
A necropsia de Marly afirma que ela foi atingida por dois tiros, um na cabeça e um na altura da clavícula. Já o exame necroscópico de Diego indica que ele foi alvejado com um disparo na nuca. Ambos morreram na hora.
Na época, o tio de João Vitor e único sobrevivente da tragédia, contou que o sobrinho passou a tarde com a família na casa, sem nenhum incidente. O idoso estava cochilando quando acordou com o barulho dos disparos.
Segundos depois, o autor entrou em seu quarto e atirou quatro vezes na direção dele, mas o revólver falhou. Os dois, então, entraram em luta corporal, momento que o aposentado recebeu coronhadas na cabeça, socos na boca e quase um mata-leão.
O idoso conseguiu sair do cômodo e trancar a porta por fora, quando correu para pedir ajuda aos vizinhos. Ele foi socorrido e encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ipiranga. Depois, acabou transferido para o Pronto-Socorro Central (PSC).
Para o aposentado, a data dos homicídios foi premeditada porque, naquele dia, completaram-se 8 anos da morte de Tiago Jefferson Noé Leite, de 22 anos, que é filho dele e de Marly, irmão de Diego e também primo do João Vitor. O jovem sofreu um acidente de moto na Vila Seabra, a caminho do trabalho, em 2015.