O Sambódromo Municipal de Bauru, que por três décadas foi palco de vários eventos e tornou-se uma das referências culturais da cidade, agora também virou ponto de uso de drogas, denunciam vizinhos. De acordo com eles, a atual fase é considerada a pior desde 1990, ano da inauguração.
Segundo o autônomo Alexandre Erba, 50 anos, usuários de entorpecente passam nas casas do Núcleo Geisel pedindo palha de aço usada como combustão para fumar crack. Muitos vieram de outros bairros, comenta. “Isso aqui é responsabilidade da prefeitura. Eles precisam dar uma finalidade. Como não deve mais ser usado para Carnaval, pelas nascentes sob o solo e erosões, que fechem o local e coloquem vigilância”, sugere o morador, que já cunhou a área de ‘nova cracolândia’ de Bauru.
Por conta do contexto, Erba diz que a rotina do bairro foi totalmente alterada. “Antigamente, aqui, colocávamos cadeiras na calçada para conversar, mas não dá pra fazer mais isso”, reclama.
A passarela do samba também tornou-se endereço para pessoas em vulnerabilidade social, que ergueram moradias improvisadas no local. A falta de estrutura pode ser observada por qualquer um, uma vez que nas imediações é possível constatar móveis velhos abandonados, troncos de árvores secas e detritos de outra natureza. “A situação é triste e alarmante. Ocorre aqui um colapso social”, afirma.
LAUDO
O Sambódromo de Bauru está interditado por conta do risco de colapso, conforme laudo que investigou as condições geológicas da área e foi divulgado pelo JC/JCNET. No entanto, a passarela do samba ainda é utilizada por usuários, pessoas em vulnerabilidade, assim como por aqueles que tentam tirar a carteira de habilitação (CNH) e usam as extremidades Norte e Sul para treinos com motociclistas.