Quatro filhotes de macacos-prego, vítimas de tráfico, foram resgatados por policiais militares do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR), no fim da noite desta terça-feira (7), na rodovia dos Bandeirantes, em Itupeva. Dois homens foram presos por crime ambiental. Eles alegaram que haviam comprado os animais por R$ 300 cada. Os macaquinhos estavam assustados e abraçados uns aos outros.
Os PMs do TOR faziam patrulhamento preventivo pela Bandeirantes, quando, no km 77, visualizaram um veículo Gol, na cor prata, transitando em velocidade reduzida, e que estava com a lanterna traseira apagada. Diante da proximidade da praça de pedágio e preocupados com a dificuldade que outros motoristas teriam para visualizar o carro no trânsito, os policiais decidiram pela a abordagem e assim o fizeram.
O carro estava ocupado por dois homens, que foram revistados e, com eles, nada fora de ilícito encontrado. Porém, em vistoria veicular, os agentes encontraram quatro) filhotes de macacos-prego, acondicionados juntos em um compartimento para transporte de animais.
Questionados sobre a procedência dos animais, eles informaram que compraram os quatro de forma clandestina, em Catanduva, no interior do estado, no estacionamento de um pelo posto de combustíveis, na rodovia Washington Luiz, por R$ 1,2 mil. Disseram, ainda, que iriam usar os bichos para e criação própria.
Diante disso, foi dado voz de prisão à dupla por crime ambiental (Artigo 29 da Lei nº 9.605), sendo então conduzidos ao Plantão Policial, onde foram presos em flagrante e indiciados, ficando à disposição da Justiça.
PODE, MAS DE FORMA LEGAL
De acordo com informações de matéria publicada pelo site Sampi Campinas, do Grupo Sampi, ao qual o Jornal de Jundiaí faz parte, embora incomuns como animais de estimação no Brasil, duas espécies de macacos, encontrado na fauna brasileira, são permitidos em cativeiro. São eles os macacos-prego e os saguis. Entretanto, o custo desses animais é alto. Legalmente, o valor pode variar; o de um sagui em torno de R$ 8 mil a R$10 mil e o de um macaco-prego de no mínimo R$ 35 mil.
Segundo Thiago Navarro Vilalta, médico veterinário especialista em animais silvestres e exóticos, para ter um macaco de estimação é preciso que ele seja comprado de um criador credenciado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), apresentando uma nota fiscal no nome da pessoa que irá adquirir o animal.
Obviamente, a adoção de macacos de origem desconhecida por meio de sites ilegais não é recomendada em nenhum País. A maioria desses animais é caçada, repentinamente removida de seus habitats e comunidades e mantida em condições adversas até ser revendida para o comércio ilegal de animais. Além disso, contribuí indiretamente para a promoção do tráfico de animais.
Essa proibição é para proteger os macacos dos abusos comuns do comércio ilegal de animais selvagens, bem como dos maus-tratos, cuidados inadequados e abandono que muitas vezes sofrem quando são adotados por pessoas que desconhecem suas necessidades especiais.
No entanto, é preciso estar ciente de que manter um macaco requer um investimento significativo. Os custos são muito altos e vão além do preço de compra, pois muitas vezes o gasto para manter a saúde do animal e uma boa qualidade de vida é recorrente.
“Não recomendo as pessoas a terem esse animal em casa, não acho viável. Eles são animais que necessitam muito da atenção. Os cuidados com eles são os mesmos de quando se tem um bebê recém-nascido em nossas casas. Ocupa muito tempo do humano que vai ter esses animais. Eu tenho diversos casos de pessoas que adquiriram e depois se arrependeram, devido à falta de tempo e organização para cuidar”, comentou o profissional.
Quando os animais são comprados ilegalmente, é menos provável que sejam vistos por um veterinário e, portanto, não sejam vacinados. Por isso, não é incomum que eles contraiam doenças que podem ser muito prejudiciais a eles e a seus tutores.