Um inquérito em andamento no Polícia Civil de Bauru apura o possível envolvimento do advogado Hely Bíscaro, de Marília, e de mais uma pessoa na distribuição de um material apócrifo (sem autoria assumida) com informações sobre supostos fatos ligados à vida privada do vereador Coronel Meira (União).
O dossiê foi enviado através de uma agência dos Correios de Marília e encaminhado a parte da imprensa de Bauru e pessoas do mundo político local.
O JC apurou que a investigação da Polícia Civil identificou primeiro a pessoa que postou o material no Correio e descobriu, na sequência, que o advogado seria o suposto mandante da medida.
Um possível "erro de procedimento" foi crucial para o inquérito: o rapaz que levou o material ao Correio deixou seu CPF registrado, o que gerou os demais desdobramentos da investigação.
Ao JC, o advogado Hely Bíscaro afirmou que prefere não comentar o caso porque o inquérito tramita sob segredo de Justiça. "Se me pronunciar neste momento posso sofrer um processo por falar o que não é permitido enquanto [a investigação] estiver sob sigilo", afirmou.
Hely é irmão do empresário Élsio Bíscaro, proprietário da empresa de transporte "Brambilla".
O vereador Coronel Meira (União Brasil), alvo do dossiê, se pronunciou nesta segunda-feira (30) sobre o caso e afirmou que não pode entrar em detalhes dado o sigilo do procedimento, mas ressaltou que tomará providências.
"Não tenham dúvidas de que vou adotar todas as medidas legais cabíveis. Por isso constituí um advogado que vai defender os interesses meus e da minha família", afirmou.
"No momento certo tudo vai acontecer. E de forma legal. Não de maneira leviana, criminosa, como você fez", prosseguiu durante discurso na Câmara Municipal, ontem.
O caso é investigado pelo Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Secold) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic).
Os documentos que constam do dossiê dizem respeito à vida privada do vereador Coronel Meira.
O calhamaço elenca reportagens da época do vereador enquanto comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo (PM-SP), por exemplo, e processos nos quais ele atua como advogado. O vereador já havia elaborado uma "contraprova" dos documentos em que contesta e desmente cada item do dossiê. Ele encaminhou a resposta a todos os colegas do Legislativo.