Me propus a refletir sobre o ensinar e aprender, afinal você é exatamente aquilo que aprendeu. E quem não se senta para aprender, não pode se levantar para ensinar e dizer “eu sou um professor”, como dizia o velho mestre. Em outras palavras, temos que parar, sentar e ter tempo para ler, pensar e refletir. Se não for assim, seremos apenas um mero repetidor de ideias alheias, ou seja, não ensinarás nada de novo.
Ao ler estas reflexões de estudiosos da educação que apresento a seguir, você diria que foram exteriorizadas hoje, mas eles pensavam assim e escreveram isto há 25 anos.
GILBERTO DIMENSTEIN – JORNALISTA
Como as escolas geralmente são, em geral, orientadas para testes e memorização de conteúdos, o estudante dispõe de pouco tempo para experimentar, observar, vivenciar, fazer com as próprias mãos e, assim descobrir-se, detectar o dom, o talento. Foi lhe dito que o bom aluno é aquele que vai bem nos testes. Mentira. Bom é aquele que ganhou na vida, dentro ou fora da escola, instrumentos para ser criativo. O especialista em fazer testes e provas mostra, muitas vezes, que apenas soube memorizar. Coisa que o computador faz melhor.
STEPHEN KANITZ - ADMINISTRADOR
Ensinar a pensar também não é tão fácil assim. Não é um curso de lógica, nem uma questão de formar uma visão crítica do mundo, achando que isso resolve a questão. Sair criticando o mundo, contestando as teorias do passado, forma uma geração de contestadores que nada constrói, que nada sugere. Minha recomendação ao jovem de hoje que se concentre em uma das competências mais importantes para o mundo moderno: aprender a pensar, analisar e a tomar decisões.
ISAIAS RAWN - PROFESSOR DA USP
A velocidade de produção de novos conhecimentos aumenta a cada dia e os jovens devem estar preparados para o rápido progresso científico e tecnológico. Entretanto os nossos alunos estão sendo “estimulados” a pensar que pesquisar em ciências é procurar informações na internet, aceitando tudo o que está nas telas do celular, computador e televisão. As telas não ocuparão o lugar do verdadeiro professor. A maioria dos alunos é incapaz de avaliar objetivamente a (des)informação, acreditando que os modernos avanços da bioengenharia destruirão a vida na Terra e ameaçam a saúde das populações.
PETER KOESTENBAUM - ESCRITOR
Os verdadeiros líderes autênticos já absorveram a verdade fundamental da existência: não é possível fugir das contradições inerentes à vida. A mente do verdadeiro líder tem espaço para as ambiguidades do mundo, para os sentimentos conflitantes e ideias contraditórias. Tudo em um ambiente de paz e aceitação do outro.
REFLEXÃO FINAL
O melhor aluno da turma é aquele que, depois de formado, pode dizer que sua vida é feliz e em plena coerência com a sociedade em que vive. Fora isto é hipocrisia! Analisando a formação dos jovens, quais são os elogios a serem feitos? E as críticas? O que precisa ser feito? Como atrair os melhores talentos para ser professores? Seria os salários e o ambiente de trabalho? O que temos hoje melhorou ou piorou? Analisemos.