27 de julho de 2024
EM ESTUDO

Bauru é a 41.ª cidade do País em competitividade, aponta ranking

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 4 min
CLP/Divulgação
Lucas Cepeda, gerente de relações governamentais e competitividade no CLP: dados ajudam a balizar ações

Com bons resultados em setores como telecomunicações e sustentabilidade fiscal na administração pública, Bauru é considerada a 41.ª do País e a 22.ª no Estado com maior competitividade. É o que mostra o Ranking de Competitividade dos Municípios 2023, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP) em parceria com a Gove Digital e a Seall.

De acordo com o estudo, a cidade avançou nove posições na lista nacional, na comparação com o ano passado. Porém, o município ainda figura atrás de algumas cidades paulistas de porte semelhante, como Jundiaí (16.º), São José do Rio Preto (20.º) e Piracicaba (23.º).

Ao todo, o ranking avaliou 410 localidades brasileiras com população acima de 80 mil habitantes, a partir de 65 indicadores, distribuídos em 13 pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da competitividade e melhoria da gestão pública.

Destes 13 eixos, inovação e dinamismo econômico, acesso à educação, qualidade da educação, acesso à saúde e qualidade da saúde possuem maior peso na elaboração da lista de classificação dos municípios, por serem os dados mais confiáveis. E Bauru não obteve bons resultados em inovação e dinamismo econômico, qualidade da educação e acesso à saúde, sendo que apenas este último melhorou em relação a 2022.

"São pontos, portanto, que merecem atenção dos gestores públicos nos próximos anos", pontua Lucas Cepeda, gerente de relações governamentais e competitividade no CLP. Ainda assim, o município conquistou posição de destaque entre as 410 cidades analisadas. Os demais pilares são capital humano, inserção econômica, telecomunicações, funcionamento da máquina pública, sustentabilidade fiscal, meio ambiente, saneamento e segurança.

"Foi um bom resultado tanto no Brasil como no Estado. Bauru teve avanços relevantes, subindo 72 posições em meio ambiente e 51 em saneamento", acrescenta Cepeda.

Entre todos os pilares, Bauru obteve melhores resultados em telecomunicações, ficando na 26.ª posição neste pilar. Em sustentabilidade fiscal da administração pública, figurou na 28.ª colocação, e, em qualidade da saúde, no 38.º lugar na lista. Dos três, este último foi o único eixo em que Bauru obteve melhora no ranking, na comparação com 2022.

Já entre os piores resultados, a cidade ficou na 232.ª posição em meio ambiente e na 175.ª colocação em acesso à saúde. Porém, nestes dois pilares, a cidade avançou em relação ao ano passado. Não foi o que ocorreu com qualidade da educação, terceiro eixo com pior desempenho da cidade, em 158.º lugar no ranking.

Na análise mais esmiuçada, ou seja, dos indicadores, os desempenhos mais preocupantes são o do crescimento da renda média do trabalhador formal (374.ª posição), cobertura do tratamento de esgoto (342.ª), evidentemente em razão do não funcionamento da ETA Vargem Limpa até os dias atuais, e acessos de telefonia móvel 4G (331.ª).

Já os indicadores em que Bauru obteve os maiores avanços - não necessariamente as melhores posições entre todas as cidades analisadas - e que podem ter contribuído para sua ascensão no ranking neste ano são áreas de mata nativa recuperadas, cobertura da coleta de resíduos domésticos, mortalidade na infância, redução da despesa da administração pública com pessoal e a nota do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Ensino Médio.

"Todas estas informações que constam no Ranking são ferramentas para que a população possa avaliar a qualidade da gestão da cidade, para o município viabilizar a atração de investimentos, indústrias e, o mais importante, para o planejamento de políticas públicas", frisa Cepeda.

Dentro do pilar funcionamento da máquina pública, Lucas Cepeda, gerente de relações governamentais e competitividade no CLP, destacou que o pior indicador de Bauru é o tempo para abertura de empresas, na 274.ª posição entre os 410 municípios avaliados. Segundo ele, a média de espera é de 45,5 horas, sendo que, no Estado, a Capital responde pelo menor tempo, de 19,8 horas.

Já no Brasil, a mais ágil é Maringá (PR), com 7,9 horas. "É um dado bem relevante para o cenário das cidades, por estar muito ligado ao empreendedorismo e à geração de empregos. Desburocratizar a abertura de empresas é algo muito importante para a economia dos municípios", completa.

O tempo de espera incluído no estudo, porém, considera somente o prazo para análise de viabilidade e registro das empresas, sem agrupar as etapas posteriores, que são a inscrição municipal e o licenciamento, ambas sob responsabilidade da administração da cidade.

Em Bauru, a reclamação sobre a excessiva demora para estas últimas serem concluídas é frequente. No início deste mês, inclusive, a titular da Secretaria Municipal de Planejamento Seplan), Flávia Souza, reconheceu a existência de dificuldades, mas ponderou que os prazos já estão sendo reduzidos por meio de medidas como o uso de tecnologia, treinamento dos servidores, melhoria no organograma e mudança da pasta para outro prédio.