O Banco Central brasileiro reduziu a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual. A conhecida taxa Selic agora é de 12,75% ao ano. Qual o impacto desta redução em seu dia a dia? Vamos analisar inicialmente os efeitos práticos para quem é agente superavitário, ou seja, poupador. Quem aplica em Renda Fixa, em termos gerais, terá menor remuneração. Tomemos como exemplo aplicações pós-fixadas que tenham 100% do DI. Neste caso o rendimento anual será de 12,55%. Também o mercado ajusta para baixo as taxas pré-fixadas daqui para frente. Quem aplicou com taxas pré antes da queda da Selic terá o rendimento contratado garantido no vencimento do papel. LCA e LCI tendem a remunerar menos, principalmente as atreladas ao DI. Já a caderneta de poupança terá pouco reflexo posto que, a taxa cairá quando a Selic for menor do que 8,5% ao ano. Neste caso ela deixar de remunerar em 0,5% ao mês acrescida de TR, para render 70% da Selic mais TR. Ao longo do tempo os rentistas tendem a analisar a possibilidade de migrar parte de seus recursos para a Renda Variável, entre elas, o mercado de ações e os fundos de investimentos imobiliários. No caso da Renda Variável há riscos e o recomendado é que as aplicações sejam por um prazo mais dilatado, por exemplo, dois a três anos.
E na outra ponta?
Para quem precisa contrair empréstimos, aos poucos o mercado irá reduzir o custo financeiro. Inicialmente há um movimento de queda nas modalidades com garantia real, como por exemplo, financiamentos de imóveis e de veículos. O penhor de joias e o crédito consignado também tendem a ter menor taxa de juros. Para as empresas, as modalidades com garantia real, como imóveis por exemplo, tendem a ficar mais convidativas.
Efeito psicológico positivo
Há outro efeito importante da queda de juros: o efeito psicológico. Os agentes econômicos tendem a avaliar que a economia está a caminho do equilíbrio e o custo de oportunidade passa a ser menor, estimulando os investimentos produtivos. Mesmo assim, irão analisar a relação custo/benefício de aportarem recursos na produção e ainda o nível de risco em que atuarão. Neste particular vale um recorte do alerta do Banco Central. Veja a seguir.
Banco Central alerta para a questão fiscal
O comunicado do Banco Central foi o seguinte: “tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas”. O recado fiscal é no sentido de que o foi previsto no Novo Arcabouço Fiscal, de zerar o déficit primário em 2024, seja perseguido a exaustão. Sem rigor fiscal os juros tendem a cair menos. De qualquer maneira os membros do Copom (Comitê de Política Monetária) sinalizam com novos cortes nos juros nas próximas reuniões.
Arrecadação federal tem queda real pelo 3º. mês
Corroborando com as preocupações do Banco Central, a arrecadação do governo federal teve queda real (descontada a inflação) de 4,14% em agosto sobre o mesmo mês do ano anterior, a 172,785 bilhões de reais, marcando o terceiro mês consecutivo de baixa em base anual. Os dados são da Receita Federal. Sem dúvida o desempenho das contas públicas é uma das principais preocupações do mercado financeiro. Como não há sinalização de cortes de gastos, resta o aumento da carga tributária, o que subtrai dinheiro do setor privado. Há dúvidas se as metas fiscais serão cumpridas em 2024. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, a arrecadação total teve queda ajustada pela inflação de 0,83% na comparação com o mesmo período de 2022, a 1,518 trilhão de reais.
INSS pede mais R$ 3,2 bi para cobrir despesas de 2023
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pediu ao governo federal uma verba extra de mais de R$ 3,2 bilhões neste ano. O dinheiro seria usado para cobrir o aumento de beneficiários além do estimado, resultado da força-tarefa para reduzir a fila do órgão. Para esta despesa, seria necessário R$ 1,646 bilhão. Aqui mais um ingrediente no tocante a preocupação com as contas públicas. Sinal de alerta.
Banco Central americano mantém taxa básica de juros
O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), manteve os juros do país inalterados, em uma faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. Essa continua sendo o maior nível das taxas desde 2001. Apesar da manutenção, os dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) indicaram que uma nova alta das taxas pode acontecer até o final do ano sinalizando que a política monetária mais restritiva também deve se estender para 2024. O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a autarquia pretende alcançar um patamar em que haja confiança de que a inflação irá convergir para a meta de 2% do Banco Central norte-americano. Juros maiores nos Estados Unidos e juros menores aqui no Brasil aumentam a atratividade para aplicações financeiras nos EUA, podendo movimentar o mercado cambial local.
Mude já, mude para melhor!
O que falar das traições? Injustificáveis sob todos os aspetos. Sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!