26 de dezembro de 2024
SAÚDE

O que você precisa saber sobre o aspartame

Por Daniela Hueb |
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
É muito comum encontrar o aspartame em produtos dietéticos e de baixa caloria

Prezado leitor,
Recentemente, a mídia falou muito sobre o fato de a OMS ter colocado o aspartame na lista de alimentos possivelmente cancerígenos. Foi aí que pessoas que controlam a ingestão de açúcar, seja por uma condição de diabetes ou pelo fato de estar buscando perder peso, ficaram preocupadas.

Como adoçar o cafezinho, então? Quais adoçantes levam aspartame na composição? Qual é a quantidade limite de consumo por dia?

Para saber essas dúvidas é que escrevi a coluna deste domingo. Vamos lá?

O que é aspartame?
O aspartame é um adoçante artificial composto por dois aminoácidos, ácido aspártico e fenilalanina, e usado para substituir o açúcar em alimentos e bebidas, fornecendo um sabor doce sem adicionar calorias significativas.

É muito comum encontrá-lo em produtos dietéticos e de baixa caloria, bem como em alimentos e bebidas destinados a pessoas com diabetes ou que desejam reduzir a ingestão de açúcar.

Devido ao seu alto poder adoçante (cerca de 200 vezes mais doce que o açúcar), uma quantidade relativamente pequena de aspartame é suficiente para adoçar alimentos e bebidas, o que o torna uma escolha popular para produtos com baixo teor calórico.

Ele é cancerígeno mesmo?
A resposta é um pouco mais complexa que sim ou não. Precisamos entender que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem uma lista com mais de mil substâncias em que eles classificam de acordo com o risco de câncer relacionado.

Na primeira categoria estão as substâncias realmente cancerígenas, como o tabaco, o vírus do HPV e a carne processada (salsicha, mortadela e afins)

Na segunda, vêm as provavelmente cancerígenas, como a carne vermelha e a bebida alcoólica

Na terceira estão as substâncias possivelmente cancerígenas, incluindo o aspartame

Mesmo que haja inúmeros estudos, ainda não foi cravado se o aspartame é ou não, mas merece o alerta porque pode trazer risco de câncer, em especial o câncer de fígado. No entanto, esses indícios são uma hipótese, e não uma afirmativa.

Quando consumido, o aspartame é quebrado em seus componentes originais no trato digestivo e metabolizado pelo corpo, não sendo absorvido como um todo.

Qual é a recomendação de consumo?
As recomendações não mudaram. A Anvisa mantém a indicação da OMS em que o limite aceitável de ingestão diária é de 40 mg/kg de peso corporal.

Pensando em um adulto de 70 kg, seria mais ou menos o equivalente a mais de 9 latas de refrigerante diet por dia.Mesmo que seja um limite elevado, é importante considerar que esse excesso não é nada saudável. Até porque o aspartame ainda está presente em biscoitos, bolos, chocolates, chicletes etc.

Se você tem criança em casa, precisa se atentar ainda mais. Quanto menor, mais prejudicial pode ser.

E tem mais: pessoas com fenilcetonúria (uma doença metabólica rara) devem evitar o aspartame, pois o organismo delas não é capaz de metabolizar a fenilalanina adequadamente, podendo causar problemas de saúde.

É melhor consumir açúcar ou aspartame?
O mais indicado sempre vai ser a moderação ou alternativas. O açúcar é rico em calorias e deixa de ser uma opção pra quem tem diabetes, já o aspartame tem esse alerta da OMS.

Se você não tem diabetes, pode consumir açúcar moderadamente. Pra quem precisa de adoçante, o melhor é procurar opções mais saudáveis.

Quais são os melhores substitutos do aspartame?

Ainda está na dúvida sobre o tema? Procure um nutricionista e se consulte. Sua saúde precisa vir em primeiro lugar! Também vale ler rótulos de alimentos sempre, faça disso seu novo hábito.

Um forte abraço e até a próxima semana

Daniela Hueb

Médica, CRM-SP 96.027