29 de novembro de 2024
COLUNISTA

A vocação das Freiras e dos Freis

Por Dom Caetano Ferrari |
| Tempo de leitura: 4 min
Bispo Emérito de Bauru

Neste mês vocacional, este domingo é dedicado à vocação da vida consagrada masculina e feminina. A Liturgia nos convida a contemplar a vida consagrada de homens e mulheres que, pertencentes a diversas Ordens Religiosas, Congregações e Institutos de vida consagrada, vivem no mundo, no Brasil e entre nós na Diocese. São Padres religiosos, freiras e freis, irmãs e irmãos que seguem a inspiração carismática, profética e apostólica que o Espírito Santo suscita ao longo dos tempos na Igreja, chamando homens e mulheres a serem fundadores dessas experiências religiosas. Muitos desses fundadores de ontem e de hoje são figuras proeminentes de santidade, consagração, missionariedade e serviço à caridade. Exemplos dos religiosos que estão presentes em nossa Diocese: Missionários do Sagrado Coração do Venerável Jules Chevalier, Franciscanos, Rogacionistas de Santo Anibal Di Francia, Marianistas, Inacianos, Irmãos do Sagrado Coração. E das Religiosas: Monjas Concepcionistas Franciscanas de Santa Beatriz e Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus da beata Madre Clélia Merloni.

Como sabemos é da família que nascem todas as vocações para o mundo e para a Igreja. Particularmente para a Igreja há as vocações aos ministérios ordenados, à vida em família e ao matrimônio, à vida religiosa consagrada, ao laicato em geral e à catequese. Hoje é o dia da vida consagrada das religiosas e religiosos e dos consagrados seculares. Somos convidados a rezar nas intenções dos freis e freiras e demais religiosos e religiosas. Supliquemos aos Senhor para que desperte mais vocações e conceda a perseverança, saúde e paz à multidão dos consagrados que vivem e realizam na Igreja e no mundo o carisma evangélico de suas Ordens, Congregações e Institutos, a profecia evangélica do Reino, o serviço da caridade em favor da justiça, paz e integridade da criação, dos pobres e feridos da sociedade, e o trabalho missionário de cooperação com a obra evangelizadora da Igreja.

O terceiro domingo de agosto é Dia Municipal da Família por lei municipal de Bauru, cujo evento faz parte do calendário oficial de festas do município. Realiza-se hoje pelas ruas da cidade a Caminhada Diocesana da Família. É uma iniciativa da Igreja. O Setor Pastoral Vida e Família da Diocese coordena a realização do evento e o põe em prática. A Coordenação Diocesana de Pastoral é a instância responsável pela aprovação da programação, supervisiona os trabalhos e articula a cooperação das demais pastorais, em vista do bom êxito da Caminhada. Toda a programação da Caminhada objetiva aprofundar a evangelização da Família, como é nosso sonho. O tema deste ano é: "Família: Fonte de Vocações". E o lema: "Corações ardentes, pés a caminho" (Lc 24,32-33). É oportuno recordar o que dois grandes Papas disseram sobre a Família: O Papa Bento XVI disse que "A Família é a esperança da humanidade, pois nela a vida encontra acolhida, desde a concepção até seu fim natural". E o Papa São João Paulo II, que "O futuro da humanidade passa pela família". O Papa Francisco, falando sobre o matrimônio, resumiu-o no seu essencial, ao afirmar que "Homem e Mulher, na sua reciprocidade de esposo e esposa, são imagem de Deus" (Amoris Laetitia - A Alegria do Amor).

Neste domingo, na Liturgia, a Igreja celebra a solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao céu. A Virgem Maria, Mãe de Deus, concluídos os dias de sua vida neste mundo, foi elevada em corpo e alma à glória celeste em razão dos méritos da redenção realizada por seu Filho divino. Na base dessa crença está a convicção desenvolvida desde os primeiros cristãos de que não conviria que o corpo daquela que gerou e carregou em seu seio o Filho do Pai eterno sofresse a corrupção da sepultura, por mais suntuoso que fosse esse monumento. Por conseguinte, a fé cristã passou a considerar que no momento final da vida terrena de Maria não teria ocorrido, propriamente falando, a morte, mas apenas a "dormitio", a dormição, mediante a qual Maria deixou este mundo e subiu em corpo e alma à morada celeste pelo poder do Pai. No Evangelho da Missa - Lc 1,39-56 - que relata a visita de Maria à sua prima Izabel, as palavras de Maria e Izabel exaltam o amor de Deus que realiza maravilhas. Izabel ressalta a grande fé de Maria quando, respondendo ao Anjo, deu o seu "Fiat". Agora, em resposta a Izabel, Maria canta um hino de louvor ao Altíssimo Deus o "Magnificat". Ela glorifica a Deus por sua misericórdia e amor para com os pobres, por seu poder que derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes. Ela, humildemente, reconhece: "Fez em mim grandes coisas o Onipotente e o seu nome é Santo". Nossa Senhora da Assunção, rogai pelos religiosos e religiosas. Amém!