29 de novembro de 2024
ECONOMIA

Cartão de crédito: juros médios de 455,10% ao ano

Por Reinaldo Cafeo |
| Tempo de leitura: 4 min

No mês de maio, dado mais recente, a taxa de juros média praticada no rotativo do cartão de crédito atingiu 455,10% ao ano, o que equivale a 15,36% ao mês. Um absurdo. Uma das justificativas das operadoras de cartão e dos intermediários financeiros é que a inadimplência é elevada, portanto, aumenta o risco de crédito, que é repassado a taxa. É aquela história: os juros são altos porque é a inadimplência é alta ou a inadimplência é alta porque os juros são altos?

Como evitar entrar no rotativo
Para evitar utilizar o rotativo do cartão de crédito, portanto, deixando de pagar essa elevada taxa de juros, é preciso administrar bem as compras para que a fatura seja paga integralmente. Como assim? A primeira dica é esquecer o limite oferecido pela administradora. Isso mesmo. Você é quem irá estabelecer seu limite. Faça o seguinte: liste todos os seus gastos mensais que não são pagos no cartão de crédito, inclusive dívidas já contraídas. O valor total apurado com esses gastos deve ser deduzido da renda líquida mensal (renda menos impostos). Assim, você saberá qual o valor disponível para ser gasto no cartão de crédito. Esse será seu limite, exatamente o que sobrou da renda. Fazendo isso, quando a fatura chegar, você terá recursos para quitá-la integralmente.

Como sair do rotativo
Quem está utilizando todos os meses o rotativo do cartão de crédito precisa interromper esse ciclo. Uma dica é vender algum bem. Caso não queira vender ou não tenha um bem, troque a dívida do cartão por uma dívida mais barata. O empréstimo consignado e o penhor de joias são as modalidades com garantia, representando menor risco de calote, e as taxa de juros são menores. Neste caso a prestação do empréstimo deve ser somado aos valores que não entram no cartão de crédito, e aquele limite que você fixou, deve ter a dedução da parcela mensal. Equacionado o problema, controle rigorosamente o orçamento da sua casa, envolvendo todos os membros de sua casa e estabelecendo metas de redução de gastos e aumento de renda.

Volume de serviços sobe 0,90%
O volume de serviços prestados no País subiu 0,90% em maio ante abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços divulgados pelo IBGE. Na comparação com maio de 2022, houve avanço de 4,70%. No acumulado em 12 meses, a alta é de 6,40%. Lembrando que o setor terciário, que abriga comércio e serviços, responde por aproximadamente 70% do PIB (geração de riquezas).

Componentes da taxa de juros
A discussão em torno da queda na taxa básica de juros é intensa e todo indica que na próxima reunião do Copom – Comitê de Política Monetária, haverá queda de pelo menos 0,25 ponto percentual. Apesar disso, não espere queda na ponta, para o tomador de recursos no mercado. O primeiro aspecto é que 0,25 ponto percentual de queda equivale a 0,02% (0,0002) na taxa mensal. Quase nada. Depois deve-se considerar que a formação da taxa de empréstimo leva em conta a taxa de captação, que tem como referência a taxa básica de juros, mas acrescenta o risco de crédito e/ou a inadimplência que representa cerca de 35% da taxa final. Com peso de 25% na taxa a ser cobrada do tomador de empréstimos, o tributo é outra variável importante. Os custos administrativos do intermediário financeiro têm peso de 22% e a margem de lucro está na casa dos 18%. E ainda tem o peso do compulsório, por exemplo. Em resumo: os juros na ponta se caírem, será pouco.

É preciso abrir o mercado e gerar emprego 
O mercado bancário é muito concentrado no Brasil. De cada 10 operações bancárias, 8 são realizadas nas 5 principais Instituições Financeiras do País. Isso inibe queda nas taxas de juros via concorrência. Além disso, é preciso melhorar a renda das famílias para evitarem a inadimplência, reduzindo o risco de crédito. isso se dá com forte geração de emprego. O Brasil conseguiu derrubar a inflação, em padrões até melhores do que Países desenvolvidos, mas ainda pratica taxas de juros aos tomadores de crédito de terceiro mundo. Essa é a triste realidade.

Opep: crescimento global em 2,6%
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) manteve sua projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2023, em 2,6%, segundo documento publicado pela Entidade. No detalhe a OPEP aponta crescimento de 1,4% para os Estados Unidos, 0,7% para zona do euro, expansão de 5,2% na China. Para o Brasil a previsão é de 1,3%.

Mude já, mude para melhor!
O poder cega as pessoas que se esquecem de valores caros, que são por elas verbalizados, mas não praticados. Mas sempre é tempo para mudar. Mude já, mude para melhor!