A Coluna Animal dessa semana vai tratar de um assunto bem sério e triste ao mesmo tempo que é a acumulação de animais, ou seja, a prática de uma pessoa manter em sua casa mais animais recolhidos das ruas (em geral cães e gatos), do que ela consegue manter em condições de alimentação, higiene, cuidados veterinários, espaço físico para que os animais possam desenvolver suas atividades como brincar e correr entre outras necessidades. Esse fenômeno de acumulação de animais começou a ser observado nos Estados Unidos, uma psicopatologia psiquiátrica chamada Hoarding. Em Bauru, cidade que demorou muito tempo para adotar políticas públicas para os animais, como o controle populacional com programas de castração para os pets das populações de baixa renda, é muito comum observarmos pessoas e até famílias com dezenas de animais.
Em Bauru não é diferente, muitas protetoras de animais estão com suas casas lotadas de animais, que foram recolhidos das ruas em condições precárias de saúde, muito doentes outras foram recolhidas prenhas, vítimas de atropelamento, vítimas da maldade humana como envenenamentos e maus tratos. Basta abrir as redes sociais, diariamente, e ver os pedidos de ajuda alegando que não tem ração para alimentar os animais, precisam de ajuda para pagar consultas veterinárias ou comprar remédios, uma das causas da acumulação de animais é a dificuldade de doar animais sem raça definida e a ineficiência da Prefeitura Municipal de Bauru para administrar o controle populacional desses animais através do programa de castração.
A ineficiência do programa de castração da prefeitura de Bauru é nítida. Pouquíssimos animais são encaminhados para a cirurgia de castração pelo programa de castração elaborado pelo COMUPDA (Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal de Bauru) há alguns anos. Os números mostram isso quando comparamos a quantidade de animais castrados pelo programa de castração da prefeitura comparado com o programa de castração da Comissão de Proteção e Defesa Animal da OAB em conjunto com a Agrosolo, empresa patrocinadora do programa.
Os números apresentados pela Prefeitura de Bauru no programa de castração são tão pequenos que chega a ser insignificante, ou seja, não impactam de maneira positiva a comunidade em que esse animal vive. A Prefeitura de Bauru, em especial a SEMMA (Secretaria Municipal do Meio Ambiente), secretaria responsável pelo programa de castração, ainda utiliza apenas um método para tentar se comunicar com o munícipe inscrito no programa de castração que é ligação telefônica. Alega não poder utilizar outros métodos como envio de mensagens de Whatsapp, o que facilitaria muito a comunicação entre Prefeitura e munícipe, como algumas cidades já fazem como Botucatu e conseguiríamos um aumento no número de animais castrados pela prefeitura de Bauru.
Precisamos com a máxima urgência aumentar os números no programa de castração da Prefeitura de Bauru. Pedimos a população de baixa renda que tem animais não castrados procure o serviço social da cidade (CRAS do bairro em que reside) para inscrever seus animas no programa de castração e que acompanhe pelo telefone da SEMMA o andamento do programa até chegar a vez de castração do animal inscrito. As protetoras de animais estão superlotadas e endividadas e não conseguem mais ajudar os animais errantes do município.