Nos últimos anos, a praia de Caraíva, no sul da Bahia, ficou conhecida por atrair, ao mesmo tempo, pessoas em busca de vida noturna agitada e visitantes que querem a tranquilidade de uma praia quase deserta.
Descer em Porto Seguro é o primeiro passo para quem quer chegar a Caraíva.
Em geral, o deslocamento até a península exige três meios de transporte: avião, carro e canoa. Depois do voo, há 70 km de estrada. Muitas pousadas negociam o serviço de transfer, que custa cerca de R$ 400 para quatro pessoas. Por fim, é preciso atravessar o rio Caraíva de canoa. São duas horas e meia de trajeto.
Uma alternativa mais rápida e mais custosa é ir de lancha. As embarcações saem de Porto Seguro, do condomínio marina Solar do Barão.
Na chegada, é possível avistar a rua principal do povoado, com casinhas antigas multicoloridas. No desembarque, charretes que fazem as vezes de táxi carregam as malas até a hospedagem - carros não entram no povoado.
A vila histórica é o coração de Caraíva, onde se concentram restaurantes, lojas e pousadas - a maioria dos estabelecimentos está aberta e segue normas da vigilância sanitária. O uso de máscara é obrigatório para visitantes e funcionários, e alguns lugares oferecem álcool em gel.
A rua principal concentra o comércio. Vale a pena conhecer alguns espaços, como a loja de cosméticos artesanais Gahyia. O lugar tem como carro-chefe derivados da árvore almesca, comum no sul da Bahia. Óleo essencial, perfume, xampu - tudo feito com a resina da espécie.
No centro também há muitos restaurantes, entre eles o Koa, que reabre em outubro, com peixes na brasa. Se a ideia for beliscar, experimente por R$ 10 o pastel de arraia no boteco do Pará, que fica na passagem de quem volta da praia.
A maioria das hospedagens também fica no centrinho, entre elas a pousada da Barra, que reabre em outubro e é uma das mais antigas da vila. A diária custa a partir de R$ 485 para o casal.
Para quem quer se isolar, uma alternativa é ficar dentro da Terra Indígena Barra Velha, área dos índios pataxó. Lá fica o La Boutique Café Caraíva, hotel a 2 km da vila tocado pelo casal Lorruama Ferreira, índia pataxó, e Leandro Mazzini.
São dois chalés de madeira integrados à natureza. Há um jardim com ofurô, redário e cabanas com espreguiçadeiras. Tudo isso de frente para o mar.
Também para os lados da terra indígena acontece a visita à aldeia Porto do Boi. Todo o passeio ocorre em espaço aberto, um centro cultural no meio da floresta. O visitante é recebido por índios pataxó paramentados. Um integrante da aldeia conta um pouco da história do local, seus costumes e lendas.
Depois, acontece o ritual awê, com cantos e danças. Ainda tem pintura de pele, tiro com arco e flecha e banho de ervas. A vivência termina com a degustação de um prato típico: peixe assado em folha de patioba com farinha de mandioca. O passeio custa R$ 70 por pessoa.