Filha de um casal com idade avançada, que abriu mão do sonho de infância por conta de um casamento sacramentado com um homem considerado cruel com ela. Essa trajetória difícil e aparentemente 'comum' é atribuída a Santa Rita de Cássia, que ainda chorou a morte de seus dois filhos, antes de entrar para a vida religiosa, onde sofreu resistências justamente em decorrência do seu passado.
Para ser aceita no convento, inclusive, precisou de um milagre, assim como outros que marcaram a vida daquela que é considerada pelos católicos a intercessora das causas impossíveis. Toda essa cronologia com algumas passagens vivenciadas também por tantos 'mortais' pode explicar a grande popularidade da santa, cujo dia é celebrado nesta segunda-feira (22) e será comemorado com missas e quermesse (leia adiante), na paróquia batizada com o nome dela.
Segundo o pároco da igreja, Milton Carraschi, Rita de Cássia nasceu em Roccaporena, na Itália, em 1381, como uma pessoa comum. No entanto, seus primeiros milagres aconteceram quando ela ainda era recém-nascida.
"Os pais eram lavradores e estavam na roça quando um dos trabalhadores se cortou com uma foice. Quando foi tratar do ferimento, passou pelo bebê que estava com um enxame de abelhas. Ele tentou afastá-las e seu ferimento se curou, no entanto, os insetos estavam apenas levando mel à boca da santa", narra o padre.
O religioso conta, ainda, que a colmeia é mantida até os dias de hoje no convento italiano de Rita de Cássia. A vocação para a vida religiosa teria sido um sonho dela desde a juventude, mas foi apenas anos depois que ela conseguiu. Antes de entrar para o convento, a santa foi casada com um homem que, segundo o padre, era "muito cruel" com ela. O casamento foi arranjado pelos pais e, mesmo a contragosto, Rita aceitou e teve dois filhos.
Após o assassinato do marido e a morte trágica de seus filhos, Rita de Cássia decidiu entrar para o convento e seguir com sua vocação, o que foi negado pelas irmãs. Foi necessária, então, intervenção divina. "Em uma noite, ela foi guiada por três santos para dentro do convento. Eles abriram a porta e mandaram-na rezar na capela até a chegada da madre superiora. No dia seguinte, a freira encontrou Rita aos pés da cruz dormindo. Ela entendeu como um sinal e a aceitou", descreve Carraschi, segundo quem existem muitos milagres atribuídos à santa, neste período.
Ela também chegou a receber uma chaga - ferimento que representa o sofrimento de Jesus. Enquanto estava viva, a úlcera tinha mau odor, porém, no dia de sua morte, passou a exalar cheiro de rosas. Faleceu em 1457, no dia 22 de maio.
Da última sexta (19) ao domingo (21), os fiéis realizam um tríduo. Hoje (sábado) e amanhã, as celebrações começam às 19h. No dia 22, o mais especial, estão previstas três missas: às 6h30 (celebrada pelo padre Milton Carraschi), às 15h (por Dom Rubens Sevilha, bispo da Diocese de Bauru) e às 19h (também pelo padre Milton).
Neste final de semana, ocorrem os últimos dias das quermesses, na paróquia, que fica na rua São Gonçalo, 3-54. Elas começam às 19h, com exceção do dia 22, cujo início será às 6h30.
Por conta da cidade natal de Santa Rita, funcionou ao lado da paróquia batizada com o nome dela, em Bauru, um salão de festas denominado Roccaporena, onde foram realizadas várias festas como casamentos, aniversários, confraternizações e formaturas.