24 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Saída do Cuca, demissão e hipocrisia

Por Pedro Valentim |
| Tempo de leitura: 2 min

Devido às pressões de setores da torcida, do time feminino do Corinthians e destaque da Imprensa, o técnico Cuca deixou de ser o técnico, embora tenha classificado o time na Copa do Brasil.

O crime que o Cuca e mais três jogadores do Grêmio cometeram foi grave, embora esteja prescrito na Suíça e no Brasil por ter ocorrido há 36 de anos.

E em todo este tempo o técnico treinou a maioria dos melhores times brasileiros e nunca foi incomodado pelo assunto, como está ocorrendo agora.

Mas o que causa espanto é que o Corinthians teve em seus quadros outro jogador condenado no mesmo caso por estupro na Suíça que ficou conhecido como "escândalo de Berna".

Refiro-me ao ex-zagueiro Henrique, denunciado e detido por cerca de um mês na Suíça, em 1987, junto com o Cuca e que defendeu o Timão por seis temporadas, de 1992 a 1997.

Aliás, Henrique disputou 292 partidas, fez 17 gols e conquistou três títulos: uma Copa do Brasil (1995) e dois Paulistas (1995 e 1997) pelo Corinthians.

E onde estavam estas pessoas que hoje fazem pressão contra o técnico mas que nunca se manifestaram contra o zagueiro? E por acaso as torcidas organizadas do Corinthians exigem a capivara dos seus membros para poderem serem sócios?!

Toda vez que a sociedade, as torcidas organizadas e a mídia agem com dois pesos e duas medidas, se materializa a hipocrisia e o falso moralismo. E estes vícios rondaram o time do Parque São Jorge.

E outra: há mais de 2 mil anos atrás um tal de Jesus Nazareno perdoou uma prostituta. E, na ânsia da morte na cruz, disse para um ladrão que naquele mesmo dia ele estaria no paraíso, à direita do pai.

Portanto, quem somos nós para querer julgar o Cuca por um erro cometido há 36 anos atrás?

PS - Vereadores de Bauru deveriam fazer visitas nas UPAs todos os meses dos 4 anos de mandato (conta-se nos dedos de uma mão os que o fazem).

Há anos que essas unidades vivem lotadas e, portanto, não há motivos para nenhuma surpresa.

O que precisamos é de solução que não seja só lembrada faltando um ano e meio para a eleição!