O Tribunal do Júri condenou três réus pelo assassinato da psicóloga bauruense Melissa de Almeida Araújo. Servidora do presídio federal de Catanduvas, ela foi morta aos 37 anos, em maio de 2017, em frente ao condomínio onde morava, na cidade de Cascavel (PR). A soma das condenações ultrapassa 139 anos.
Ao fim do julgamento, no último sábado (4), Edy Carlos Cazarim pegou pena de 17 anos, 5 meses e 10 dias de prisão; Wellington Freitas da Rocha foi condenado a 55 anos, 5 meses e 15 dias e Elnatan Chagas de Carvalho, a maior sanção: 66 anos, 3 meses e 20 dias. A ré Andressa Silva dos Santos foi absolvida.
Já Roberto Soriano, o quinto réu, será julgado em outra data porque a Justiça determinou o desmembramento do processo, pois a banca de advogados que atuava em sua defesa deixou o plenário durante o julgamento.
Segundo o Tribunal Regional Federal (TRF), foram ouvidos um sobrevivente, o policial civil marido de Melissa e mais nove testemunhas de acusação, entre elas o delegado da Polícia Federal, Marco Smith, responsável pela investigação do caso, além de uma testemunha de defesa e duas do juízo. Ao todo, 13 pessoas prestaram depoimentos.
SOBRE O CASO
Conforme o JC divulgou, após ser monitorada e sofrer uma emboscada, a vítima foi brutalmente assassinada por ser agente na Penitenciária Federal de Catanduvas. Segundo as investigações, o crime foi motivado em represália à atuação regular do Estado brasileiro no controle da disciplina interna nas unidades do sistema carcerário federal. Os condenados foram acusados de agir no interesse de um grupo criminoso, motivados pela ideia de intimidação de toda a categoria de agentes penitenciários federais.
Ainda conforme as apurações, a rotina de Melissa foi estudada por pelo menos 40 dias. O marido dela, cuja identidade foi preservada pela reportagem, a acompanhava no momento do crime. Ele chegou a trocar tiros com os criminosos e ficou ferido. O filho do casal estava com os pais, mas não se feriu. O processo envolvia ainda mais duas pessoas acusadas de participar do crime, mas já morreram, consta em material veiculado no site do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região.