21 de dezembro de 2025
SUPER CHICO

Mamãe de Chico avalia criar uma fundação para legado

Por Tisa Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Arquivo pessoal
Dani ‘abraça’ mural feito em homenagem a seu filho embaixo do viaduto da Duque sobre a Nações Unidas (foto ampliada no final)

Ainda aprendendo a lidar com a perda do filho caçula, Francisco Guedes Bombini, 6 anos, o Super Chico, Daniela Guedes Bombini tenta olhar para o horizonte. E se, em meio a um turbilhão de sentimentos, é possível fazer planos, o primeiro e mais concreto deles é manter o legado deixado pelo pequeno, que, com seu exemplo de amor e superação, conquistou milhares de fãs Brasil afora.

Dois dias depois da morte do menino, que tinha síndrome de Down e lutou contra diversos problemas de saúde, incluindo duas infecções por Covid-19, Daniela começou a considerar a possibilidade de criar uma fundação com o nome dele.

"Hoje (ontem), recebi esta sugestão e isso acendeu uma luzinha para eu começar a pensar a respeito. Vou procurar saber como funciona. Meu intuito, quando mostrei o Chico nas redes sociais, foi explicitar, primeiramente, que a deficiência existe e, depois, trazer representatividade a estas pessoas, para que, cada vez mais, elas fossem incluídas na sociedade. E vejo que há mais inclusão hoje do que na época em que criei as páginas do Chico", descreve.

Com entusiasmo e afeto, Daniela costumava mostrar o dia a dia do filho para seus mais de 1,5 milhão de seguidores. Agora, com a partida do pequeno, ela pretende mesclar postagens relembrando a trajetória dele e publicações voltadas ao ativismo em prol das pessoas com deficiência.

"Será uma forma de continuar dando forças a elas e suas famílias, que, às vezes, não sabem como agir, recebem um diagnóstico e ficam perdidas. Quero também militar pelos direitos humanos", descreve ela, que, além do trabalho no escritório Maia Sociedade de Advogados, também preside a Comissão de Direitos Humanos da OAB Bauru.

ACOLHIMENTO

Daniela revelou que os primeiros dias sem a presença física do filho, inevitavelmente, têm sido dolorosos, mas ressaltou que as manifestações de apoio estão ajudando a confortar a família. "Ficou um vazio imenso. Entrar no quarto dele é muito difícil, mas, ao mesmo tempo, é maravilhoso, porque ainda tem o cheiro dele. Cada palavra de carinho está sendo fundamental", frisa.

Como exemplo deste acolhimento, ela cita a carta que recebeu de uma seguidora que acabou tornando-se sua amiga. "Ela conta que, quando começou a seguir o Chico, tinha acabado de perder o irmão e a mãe ficou muito mal. E foi o Instagram do Chico que ajudou essa mãe a se reerguer. Antes, ela nem levantava da cama e começou a pedir para ver os vídeos dele todos os dias. Isso fez com que ela retomasse a direção de sua vida e continuasse em pé", detalha.

Daniela diz que, se o exemplo de vida de Francisco tivesse auxiliado apenas esta família, sua missão já teria sido cumprida. Porém, ao longo dos últimos anos, foram milhares de depoimentos recebidos. E, assim como ocorreu em vida, Chico também teve o carinho de artistas e personalidades quando partiu, como Humberto Gessinger, o perfil de Elza Soares, o deputado federal Lindbergh Farias e o deputado estadual Eduardo Suplicy.

"São pessoas públicas, que possuem visibilidade e colocam a gente no colo. Com estas publicações, outras pessoas têm oportunidade de conhecer o Chico e nossa história e isso só vai ampliando o amor, de forma infinita", completa.