Responsável pelos trâmites burocráticos exigidos para exportar ou importar, o Porto Seco de Bauru bateu recorde de movimentação de contêineres neste ano. De janeiro a novembro, foram 24.302 TEUs (unidade de medida internacional utilizada para calcular o volume de um contêiner com capacidade de 12,5 toneladas), ante a 18.934 TEUs no mesmo período de 2021, um crescimento equivalente a 28%.
O arrefecimento da pandemia, acompanhado do aumento da demanda do mercado externo, e a desburocratização dos processos de desembaraço aduaneiro são apontados como os principais motivos para os resultados alcançados. O Porto Seco, também chamado de Estação Aduaneira Interior (Eadi) de Bauru, abrange municípios da região em um raio de 150 a 200 quilômetros.
Segundo André Lozigia, gerente do Porto Seco, de janeiro a novembro de 2022, o terminal movimentou, entre exportações e importações, 303.775 toneladas de bens de consumo e industriais, com valor de mercado estimado de R$ 45,5 bilhões. Já no período anterior, foram 236.675 toneladas de mercadorias, calculadas em aproximadamente R$ 35,5 bilhões.
Dos 24.302 TEUs contabilizados neste ano, 21.330 - ou seja, 87,8% do total - corresponderam a exportações, que somaram 266.625 toneladas e cerca de R$ 39,993 bilhões. Já as importações resultaram na movimentação de 2.972 TEUs, o equivalente a 37.150 toneladas e R$ 5,572 bilhões.
"É um recorde histórico, jamais registrado pela Eadi Bauru, que nos surpreendeu, já que esperávamos um crescimento de 15 a 20%, sendo que fecharemos o ano em quase 30% . E os fatores são diversos. No âmbito macroeconômico, estamos em um momento de retomada do consumo, com aumento da demanda pelo mercado internacional. Nossa região é muito forte no agronegócio e estamos mandando muitas matérias-primas para indústrias de outros países", descreve Lozigia.
DESEMBARAÇO
Somado a este cenário, segundo o gerente, a Receita Federal também aprimorou suas ferramentas para tornar os processos de desembaraço aduaneiro menos burocráticos. Ele acrescenta que, além disso, a Brado Logística, que administra e opera o Porto Seco de Bauru, criando novos procedimentos e ampliando sua tecnologia para tornar os trâmites mais ágeis e eficientes, o que levou muitas empresas que recorriam ao Porto de Santos e optar pelo Porto Seco de Bauru.
"Isso fica claro quando comparamos o crescimento da exportação brasileira com a da Eadi Bauru. O percentual que registramos aqui é muito maior", observa. Entre os principais produtos remetidos ao Exterior, com desembaraço realizado pelo terminal bauruense, estão amendoim, produzido principalmente nos municípios de Marília e Tupã, bem como limão, avocado, doces e balas, máquinas para indústria e comércio.
Já entre os itens mais comumente importados, estão insumos para produção de ração animal, já que a região possui diversos fabricantes do ramo, além de peças e equipamentos de robótica e automação industrial e máquinas para a indústria ou para revenda. "Há, contudo, uma pulverização dos tipos de produto importados e as quantidades de cada um deles são menores", detalha.