27 de julho de 2024

Feliz Ano Novo

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"No céu, glória, na terra, paz". Esta foi a mensagem que o anjo desejou aos pastores ao anunciar a alegria do nascimento do Salvador, na noite estrelada do Natal em Belém". Pois, hoje, em que começa o ano novo civil, é Dia Mundial da Paz. A Liturgia festeja a Santa Mãe de Deus, Maria, que deu à luz o Príncipe da Paz, o rei que governa o céu e a terra, Jesus Cristo. O Evangelho da santa Missa - Lc 2,16-21 - põe em destaque a figura de Maria. Conta que os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. Diz que os pastores voltaram glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido. E, por fim, o Evangelho informa que, quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, Maria e José deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido. Recordemos que Maria, a bendita entre todas as mulheres cantou no Magnificat que o Senhor fez nela maravilhas e, por isso, santo é o seu nome. Por Maria, o Pai nos cumulou em Jesus com a sua paz. Em toda a extensão da terra, paz aos homens e mulheres que Deus ama, e, no mais alto dos céus, glória a Deus para sempre.

O Papa Francisco enviou-nos neste 56º Dia Mundial da Paz uma mensagem centrada na Palavra de Deus com o seguinte tema: Ninguém pode salvar-se sozinho. Juntos, recomecemos a partir da Covid-19 para traçar sendas de paz. Ele põe em destaque as tragédias da pandemia da Covid-19 e de uma nova guerra na Ucrânia. Ambos os flagelos, que têm se abatido sobre a humanidade, "vem causando sofrimento a tanta gente e a morte a tantos irmãos e irmãs nossos", diz o Papa. O Papa está com razão ao afirmar que dessa dura e triste experiência "brotou mais forte a consciência que convida a todos, povos e nações, a colocar de novo no centro a palavra 'juntos'. Com efeito, segundo ele afirma, é juntos, na fraternidade e solidariedade, que construímos a paz, garantimos a justiça, superamos os acontecimentos mais dolorosos". O Papa segue dizendo que não obstante sejam tão trágicos tais acontecimentos "somos chamados a manter o coração aberto à esperança". Ele chama a nossa atenção para a verdade de que "Não podemos ter em vista apenas a proteção de nós próprios, mas é hora de nos comprometermos todos em prol da cura da nossa sociedade e do nosso planeta, criando as bases para um mundo mais justo e pacífico, seriamente empenhado na busca dum bem que seja verdadeiramente comum". Fazendo apelo a que enfrentemos com responsabilidade e compaixão, os desafios do nosso mundo, "devemos repassar o tema da garantia da saúde pública para todos; promover ações de paz para acabar com os conflitos e as guerras que continuam a gerar vítimas e pobres; cuidar de forma concentrada da nossa casa comum e implementar medidas claras e eficazes para fazer face às alterações climáticas; combater o vírus das desigualdades e garantir o alimento e um trabalho digno para todos, apoiando quantos não têm sequer um salário mínimo e passam por grandes dificuldades. Fere-nos o escândalo dos povos famintos. Precisamos desenvolver com políticas adequadas o acolhimento e a integração, especialmente em favor dos migrantes e daqueles que vivem como descartados nas nossas sociedades. Somente despendendo-nos nestas situações, com um desejo altruísta inspirado no amor infinito e misericordioso de Deus, é que poderemos construir um mundo novo e contribuir para edificar o Reino de Deus, que é reino de amor, justiça e paz".

Por fim, o Papa Francisco encerra sua mensagem desejando "a todos os homens e mulheres de boa vontade que possam, como artesãos da paz, construir dia após dia um ano feliz!" Que "Maria Imaculada, Mãe de Jesus e Rainha da paz, interceda por nós e pelo mundo inteiro".

Dom Caetano Ferrari - Bispo Emérito de Bauru