11 de outubro de 2024
O RISCO DA VIDA

Escritor conta em obra 9 situações que o deixaram à beira da morte

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
André Fleury Moraes
Aos 65 anos, Mário César Passos acredita receber uma atenção especial de Deus; entendimento motivou a obra

Alguém poderia dizer que Márcio César Passos, 65 anos, é um sujeito de sorte. Mas ele próprio rejeita essa definição. Prefere se classificar como alguém por quem Deus teve uma atenção especial. Foi essa atenção, diz, que o livrou da morte em pelo menos nove situações. E ele buscou registrar cada uma delas num livro recém-lançado, intitulado "Todas as 9x em que quase morri".

Natural de Borborema e bauruense por adoção, como ele se apresenta, Márcio passou a vida como vendedor. Saiu ileso de episódios mais do que tensos. Descobriu-se escritor recentemente, já aposentado. E a descoberta veio por acaso. Em 2020, assistiu à uma reportagem na televisão que contava sobre a recuperação de uma mulher que, aos 102 anos, venceu a Covid e foi aplaudida enquanto saía do hospital numa cadeira de rodas.

Foi quando Márcio começou a rascunhar acontecimentos que, como acabara de ver na televisão, o deixaram à beira da morte.

AOS FATOS

Embora o livro trate de nove ocasiões, Márcio contabiliza pelo menos 12 situações que por pouco não lhe tiraram a vida. Nem todas podem ser relatadas numa única reportagem - até porque o livro é dele, afinal -, mas o autor fez questão de contar aquelas que considera mais marcantes em uma entrevista ao JC, na semana passada.

Uma delas aconteceu quando Márcio tinha apenas 10 anos. Era 1967 e o então garoto brincava de bolinha de gude com colegas do bairro. Colocou uma das bolinhas reservas na boca para evitar que o objeto caísse no chão. "Um gesto infeliz", como define em seu livro. De fato: ao se levantar minutos depois, engoliu a bolinha.

Preso sobre a traqueia, o objeto impediu Márcio de respirar imediatamente. Para piorar, ele também não conseguia falar - e nenhum de seus amigos havia percebido o problema. Até que começou a ficar roxo.

Os colegas pediram ajuda à mãe de Márcio, que conseguiu salvá-lo minutos depois. O rosto do garoto havia mudado de cor e saída da bolinha foi um verdadeiro alívio.

MAL SÚBITO

Um dos males de se morar sozinho é a falta de alguém para acolhimento, caso algo grave aconteça. Márcio que o diga. Era 30 de abril de 2014. E um enjoo incomodava Márcio ao longo de todo o dia. Mal-estar que persistiu também à noite, enquanto dormia. "Acordei umas duas vezes de madrugada com a boca seca e o estômago embrulhado", relata.

Já ao fim da madrugada Márcio se levantou para ir ao banheiro e desmaiou. Descobriu o ocorrido cerca de uma hora depois, ao acordar. E notou que havia sangue a seu lado - notou que cortara o supercílio.

O clímax, porém, não estava exatamente no desmaio. Mas no fato de que Márcio, como ele mesmo conta, caiu a centímetros do suporte de alumínio no boxe do chuveiro. Conseguiu pedir ajuda só depois de se dar conta do que realmente havia passado.

PÁGINAS

Márcio discorre sobre situações cotidianas ao longo das pouco mais de 70 páginas que compõem o livro. Nas palavras dele mesmo, a obra é não apenas um relato esmiuçado de episódios que podem parecer comuns, mas acima de tudo uma maneira de retribuir a ajuda divina que teve. "Precisamos valorizar a vida", resume.

O livro está à venda em lojas virtuais como Amazon, Submarino, Americanas e ShopTime. Mas a busca pode ser facilitada por meio do telefone do próprio autor, (14) 99851-2246.