Sistema viário da região Leste é considerado deficiente
Os moradores dos bairros da região Leste (Novo Jardim Pagani, Jardim Araruna, Jardim Eldorado, Vila Conceição, Santa Luzia, Nova Santa Luzia, Residencial Perdizes, Jardim Flórida, Novo Jardim Flórida e Quinta da Bela Olinda) sofrem para sair ou voltar para suas casas, principalmente nos horários mais movimentados (de manhã e no final da tarde), por não terem opção de vias de ligação com a região central da cidade. Porém a duplicação da avenida Nuno de Assis deve resolver uma grande parte deste problema.
Os acessos para esses bairros são pela rodovia Marechal Rondon, entrando no trevo do Santa Luzia, pela avenida Nuno de Assis, trevo do Jardim Colina Verde, pela rua Floresta, pelo trevo da Vila São Paulo, pela rodovia Bauru-Iacanga ou ainda pela Alameda dos Jasmins. Pode parecer bastante, porém os moradores reclamam, já que a maioria usa o acesso pela avenida Nuno de Assis.
Segundo o presidente da Associação de Moradores do Jardim Eldorado, Waldir Caso, a região reivindica há alguns anos a interligação dos bairros. Ele explicou que com o surgimento de novos bairros e núcleos habitacionais na região o fluxo de veículos e usuários do trevo da Vila Santa Luzia pela avenida Nuno de Assis aumentou muito.
"Só temos uma saída, que é pelo Santa Luzia. Isso dificulta para todos, carros e pedestres, porque não temos nem passarelas", disse Caso.
Ele afirmou que a alternativa encontrada pelas associações de moradores da região para amenizar o problema é fazer a ligação do viaduto do Parque Vista Alegre com o Bauru 2000. Essa ligação passaria pelo Jardim Flórida e daria uma maior utilidade para a avenida Darcy César Improta. Essa avenida acaba numa área pertencente
às Irmãs Missionárias do Sagrado Coração. Se tivesse continuidade, ligaria dos bairros da região do Novo Jardim Pagani com outros núcleos habitacionais, como o Parque City, Gasparini e Pousada da Esperança.
"A avenida Darcy César Improta que e a rua Walter Beraldo são as vias truncadas, que podem integrar esses bairros da região Leste a outros núcleos. Essas vias têm possibilidade de continuação. Mas para isso, terá que se passar por um vazio urbano, formado pela área das Irmãs Missionárias do Sagrado Coração, que de certa forma hoje, é um bloqueio de toda aquela região", afirmou o arquiteto e professor de Urbanismo na Unesp de Bauru, José Xaides de Sampaio Alves.
Além da continuação da avenida Darcy César Improta, o professor apontou outras necessidades do bairro, como a construção de um trevo na rodovia Bauru-Iacanga, para interligar essa região com os bairros que ficam do outro lado da rodovia, e ainda a ampliação do número de travessias de pedestre sobre a Marechal Rondon.
O arquiteto destacou ainda o acesso do Parque Vista Alegre sobre a Rondon, as vias marginais na rodovia e a criação de um acesso pela avenida Nuno de Assis até a Rosa Malandrino Mondelli como pontos positivos da região.
"O sistema de vias marginais na Rondon é positivo porque mostra como essas vias são importantes nas rodovias de grande tráfego ao longo da cidade. O acesso sobre a Rondon, que liga ao Parque Vista Alegre favorece a região. E a criação do acesso de continuação pela avenida Nuno de Assis até a Rosa Malandrino Mondelli, melhorou o acesso com o centro da cidade, que antes era feito pelo Santa Luzia de forma precária", destacou o arquiteto.
Porém, o problema de tráfego na região pode ser amenizado com a duplicação da avenida Nuno de Assis. De acordo com o secretário municipal de Obras, Edmilson Queiroz Dias, essa obra está em processo de licitação e, "se tudo correr bem" a empresa responsável pela obra será conhecida no prazo de 12 dias.
Já sobre a ligação do viaduto do Parque Vista Alegre com o núcleo Bauru 2000, o secretário de Obras descartou a possibilidade de se realizar essa obra ainda este ano.
Bela Olinda pede pequenas mudanças
A Associação de Moradores do bairro, classificado como nobre, não quer a construção de grandes obras, mas luta pela instalação de rede de esgoto e mais iluminação
A Quinta da Bela Olinda é considerada um bairro nobre da cidade, pelo menos no valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) cobrado. As casas que compõem o bairro são grandes, de classes média e média alta. Apesar disso, o bairro luta para conseguir pequenas obras, como a implantação de uma rede de esgoto e mais iluminação pública.
O presidente da Associação de Moradores da Quinta da Bela Olinda, Valdir Falcão, disse que as principais reivindicações são a implantação de rede de esgoto, já que o bairro só tem fossas, a colocação de mais iluminação pública e a recuperação do asfalto do bairro.
"Não queremos grandes obras, como a construção de escolas ou postos de saúde. Queremos coisas pequenas. Queremos rede de esgoto, mais iluminação e a recuperação de asfalto, porque esse tem uma camada muito fina, foi feito apenas para automóveis e não para ônibus. E as linhas de ônibus foram implantadas", disse o presidente da Associação.
Falcão afirmou que a entidade conseguiu, ainda no governo Izzo Filho, 40 bicos de luz, mas que isso ainda não é suficiente para iluminar todo bairro.
Ele reclamou que o Poder Público negou vários pedidos da Associação por considerar a Quinta da Bela Olinda um bairro fechado.
"Quando pedimos alguma melhoria para o bairro, a Prefeitura se nega a pagar e alega que a Quinta da Bela Olinda é um bairro fechado, portanto, as melhorias são de responsabilidade dos moradores. Mas quando é de interesse da Prefeitura em implantar algo no bairro, a Bela Olinda é considerado um bairro aberto. Precisamos de mais atenção do Poder Público", reclamou.
A Associação de Moradores também reivindica limpeza de terrenos e sinalização interna no bairro.
"As placas de sinalização internas do bairro foram colocadas por nós, moradores", explicou Falcão.
O presidente da Associação disse ainda que o bairro é tranqüilo e privilegiado, por ser alto, ter "um ar melhor do que o restante da cidade" e proporcionar uma bela visão da cidade para seus moradores.
Sobre segurança, ele afirmou que isso
é feito como em outro bairro e os assaltos acontecem com a mesma freqüência. A Associação também já ofereceu a guarita principal do bairro, de acordo com Falcão, para a Polícia Militar montar um posto policial no local, já que a Quinta da Bela Olinda não se tornou um condomínio fechado, como foi previsto.
O bairro também sofre com a falta de galerias pluviais, outra reivindicação dos moradores.
O arquiteto José Xaides de Sampaio Alves acredita que a Quinta da Bela Olinda foi uma tentativa de se criar um bairro de classe mais alta na região Leste de Bauru, porém foi entregue sem infra-estrutura, ao contrário do Estoril.
"Naquele momento, o empreendimento foi um fracasso, principalmente porque a região se identificou com essas enormes deficiências de infra-estrutura e a enorme distância do centro da cidade", completou Xaides.
Ele afirmou também que o bairro também foi um dos responsáveis pela formação de vazios urbanos existentes na região.
"A Quinta da Bela Olinda pode ser classificada como uma dispersão da ocupação, entregue sem nenhuma infra-estrutura, e responsável, de uma certa forma, pela formação de grandes vazios urbanos entre o centro da cidade e as regiões Norte e Leste", afirmou.
O bairro começou a receber moradias de médio e alto padrões na medida em que os vazios urbanos foram ocupados e a infra-estrutura melhorada.
Raio-X
Bairros da região Leste: Jardim Araruna, Jardim Eldorado, Vila Conceição, Vila Santa Luzia, Jardim Flórida, Novo Jardim Flórida, Jardim das Perdizes, Novo Jardim Pagani e Quinta da Bela Olinda
Área total da região: 4.595.855 m2
Número de quadras: 270
Número de lotes: 5084
População estimada: 20 mil habitantes
Área comercial: padaria, posto de combustível, lanchonetes, marmitaria, distribuidora de bebidas, oficinas, algumas indústrias, empresa de ônibus
Educação: duas escolas estaduais (ensinos fundamental e médio), duas Emeis, uma creche e escolas particulares
Saúde: Núcleo de Saúde Beija Flor