23 de dezembro de 2025
Geral

Ventos

Josefa Cunha
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IPMet registra ventos de 100 Km em Bauru

Texto: Josefa Cunha

Não foram à toa o susto e os estragos percebidos pela população bauruense na tarde do último domingo. O Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet) da Unesp registrou rajadas de ventos de até 100 quilômetros por hora na cidade e zona rural. Apesar de forte, a ventania não chegou ao nível de um tornado - acima de 150 quilômetros por hora - e é considerada normal nesta época do ano.

O diretor do IPMet, Maurício Agostinho, explicou que fenômenos como este costumam ocorrer na transição das estações, especialmente na Primavera, que é caracterizada por sistemas de precipitação acompanhados de ventos fortes em pontos isolados. Exatamente como se registrou no domingo. De outubro até o início de novembro, situações semelhantes poderão se repetir. Portanto, evitar o estacionamento de veículos sob árvores e manter-se abrigado em locais cobertos são conselhos apropriados diante do prenúncio de tempestades. "Não há com que se preocupar porque nossa topografia e circulação meteorológica não são favoráveis à ocorrência de tornados. Eles podem ocorrer sim, mas isso depende da combinação de vários fatores. O mais comum são esses ventos mais fortes, que, é claro, não deixam de oferecer riscos", considerou.

O último tornado que passou por Bauru foi em 16 de outubro de 1998, atingindo a zona rural, especialmente na região do Aimorés. Na ocasião, o IPMet verificou a ocorrência de tornado nível 1, ou seja, com ventos variando entre 150 e 170 quilômetros horários. O fenômenos mais furioso já registrado na região, porém, ocorreu em 1991, no município de Lençóis Paulista. Ventos com velocidade de 250 quilômetros por hora devastaram três mil metros de uma área de reflorestamento de pinus. "Tivemos um tornado nível 3, sendo que o mais feroz é o de nível 5, quando a velocidade do vento passa de 500 quilômetros por hora. O vento abriu uma verdadeira avenida no reflorestamento. O tornado, aliás, tem a característica desse tipo de trajetória", explicou Agostinho. Na mesma data, ventos fortíssimos arrasaram parte da cidade de Itu, provocando a morte de 17 pessoas.