Resgate já tem 3 mortes e 5 prisões
Além do PM assassinado durante resgate de preso no HC de Marília, dois supostos marginais foram mortos e cinco presos
O dia de ontem foi de total expectativa em Marília, com o desenrolar do resgate de um preso ocorrido na noite anterior, no Hospital das Clínicas. Como o Jornal da Cidade já havia noticiado ontem, um cabo da Polícia Militar foi morto durante a perseguição aos fugitivos, que teve início por volta das 18h30 de segunda-feira, logo após o resgate do preso Wander Eduardo Ferreira, 33 anos.
Durante a perseguição que continuou pela madrugada, dois bandidos foram mortos e três foram presos. Ontem, dezenas de policiais, apoiados por um helicóptero da PM cercaram uma área do bairro do Pombo, na zona rural, onde acreditam que estejam outros cinco marginais, inclusive o preso resgatado.
À tarde, mais dois suspeitos foram detidos.
Durante toda a noite de anteontem as polícias civil e militar realizaram buscas, a partir de uma chácara que os marginais alugaram há uma semana, nas proximidades da cidade. No imóvel foram encontradas diversas armas e farta munição. Durante a madrugada a PM trocou tiros com alguns dos marginais, matando Jorge Luiz da Costa, de endereço indefinido e outra pessoa ainda não identificada. Foram presos Djalma Fernandes Andrade Souza, morador em São Paulo, Dario Ribeiro dos Santos, de Osasco e Ailton Teixeira Barbosa, de Indaiatuba. Outros dois homens detidos à tarde ainda não haviam sido indetificados até o começo da noite. Santos teria sido o responsável pela morte do cabo da PM. A polícia não descarta a possibilidade dos nomes apresentados pelos suspeitos serem falsos.
Até o começo da tarde de ontem a polícia havia apreendido nove veículos que foram usados pela quadrilha, todos eles provavelmente roubados e com placas trocadas. Também foram apreendidos fuzis, escopetas e revólveres. Os presos foram autuados em flagrante pelo delegado Cláudio Pinha Góes, do 4º Distrito Policial. A polícia de toda região foi comunicada e solicitada a montar barreiras nas estradas.
Bloqueio
Ontem à tarde, a Polícia Civil de Marília determinou o bloqueio do trânsito da rua Gonçalves Dias, no quarteirão onde está o prédio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e Cadeia Pública e mandou reforçar o policiamento da Polícia Militar, como medida preventiva a uma possível ação da quadrilha para libertar os integrantes do bando que foram presos.
O bloqueio da rua foi confirmado pelo escrivão Ronald Puga Filho, encarregado de elaborar o auto de prisão em flagrante dos presos. Segundo ele, surgiram informações de que os demais integrantes da quadrilha teriam sido vistos em um veículo na cidade, o que levantou a suspeita de que eles estariam programando o resgate dos companheiros.
Na Polícia Militar, o tenente Sugar Ray Robson Gomes, que comanda a caçada contra a quadrilha, informou na tarde de ontem, não acreditar que os foragidos ainda estejam em Marília. Em sua opinião depois de conseguirem resgatar Wander Ferreira os marginais teriam fugido.
O resgate
Pelo menos dez integrantes da quadrilha, armados de fuzis, metralhadoras e escopetas, invadiram o Hospital das Clínicas de Marília no início da noite de anteontem fazendo disparos em direção
às paredes e rendendo os policiais e agentes penitenciários que faziam a escolta de Wander Ferreira. Wander cumpre pena de 61 anos por homicídio e assaltos a bancos e estava preso na penitenciária de Marília. Ele simulou dores de estômago para ser levado para o hospital.
A PM foi imediatamente mobilizada e, pouco depois, localizou um dos carros dos foragidos na estrada que liga o centro da cidade ao bairro do Pombo. Segundo a polícia, os marginais pararam em uma curva e armaram uma cilada para a viatura policial. O cabo Valdir Antônio Marques, 37 anos foi alvejado na cabeça e morreu ao dar entrada no hospital. O soldado Ademir Cesar Viana Malta foi ferido e medicado, mas não corre risco.
PCC O preso resgatdo foi identificado pela polícia como um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa que age no interior de presídios do Estado.
Efetivo frágil
Uma das suspeitas é que a quadrilha tenha se aproveitado da redução do efetivo militar, envolvido com a desocupação de um acampamento de sem-terra no município de Gália, para promover a ação.