Assim como as grandes cidades do País, em Bauru está crescendo o número de favelas. Hoje, a cidade tem 14, uma a mais do que em 1996
Enquanto o Ferradura Mirim se firma como um bairro, as favelas na cidade continuam aparecendo. Aproximadamente nove mil pessoas dos 315 mil habitantes de Bauru residem em favelas, segundo dados da Defesa Civil. Isso significa que quase 3% da população bauruense mora em favelas.
Assim como as grandes cidades brasileiras, como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba, Bauru também sofreu um aumento no número de favelas. Hoje, a cidade tem 14 favelas, segundo a Secretaria Municipal do Bem-Estar Social (Sebes), uma a mais do que em 1996. As 14 favelas de Bauru são no Ferradura Mirim (a maior, com aproximadamente 900 casas e que já apresenta características de bairro, mas ainda é considerada favela pela Sebes), Jardim Nicéia, Jardim Ivone, Parque Jaraguá, Jardim Vitória, Jardim Andorfato, Jardim Gerson França, Jardim Marise, Vila Santa Filomena, Parque Real, Vila Zilo, Jardim Iolanda, Parque das Nações, Vila São Manoel e Jardim Olímpico. Segundo a geógrafa e professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Sagrado Coração (USC), Linia Maria Bilac Garrone, as cidades de grande e médio porte tendem a apresentar favelas. Ela explicou que a migração contribuiu para a favelização em Bauru, já que a cidade faz parte do entroncamento rodoferroviário do País.
As favelas são um retrato do Brasil, um país pobre, onde as condições de vida e a distribuição de renda são desiguais. A migração contribuiu para essa favelização em Bauru. Mesmo não oferecendo muita oferta de emprego, a cidade atrai muitas pessoas, disse a geógrafa.
Já algumas cidades da região praticamente não têm favelas, como Araraquara e Jaú. Segundo Linia, essas cidades apresentam perfis sócio-econômicos diferentes.
Quem mora em favela faz parte de uma população pouco assistida pelos órgãos públicos. E o aumento do número de favelas existentes não é bom para nenhuma cidade. A favela mostra que na cidade há mais pobreza e miséria, porque as pessoas que moram nas favelas vivem em condições precárias, completou Linia.
Existem as favelas que sofrem o processo de urbanização, com é o caso do Ferradura Mirim. Mas, mesmo com a urbanização, as condições precárias, como o tipo de habitação, não são muito diferentes da favela, de acordo a geógrafa.
Bauru tem vários bairros precários, que não são considerados de favelas porque são urbanizados, receberam iluminação pública, mas os moradores continuam vivendo em situações precárias, afirmou.
Transformações
Assim como o Ferradura Mirim, o Jardim Nicéia também é uma favela de Bauru que está apresentando transformações. Hoje, cerca de 95% das casas, que eram de madeira, são de alvenaria.
Miséria
Bauru tem aproximadamente nove mil pessoas morando em favelas, de acordo com dados da Defesa Civil. Mas mais de 60 mil moram em bolsões de miséria, ou seja, quase 20% da população total da cidade vivem em condições miseráveis.