O grande desafio para o tratamento da hipertensão é que ela não tem sintomas. Conforme a pressão aumenta, o organismo tem que fazer um esforço cada vez maior para fazer circular o sangue. Mas ninguém percebe e, enquanto isso, lentamente, os órgãos vitais vão de desgastando. Quando o problema é descoberto, pode já ter danificado o coração, artérias, rins, visão e cérebro. Medir a pressão regularmente é a única maneira de identificar e controlar a doença
Pressão arterial é o nome que se dá à resistência que as artérias e vasos impõem à passagem do sangue. Pode-se comparar este mecanismo à mangueira de borracha por onde passa a água de uma torneira. Se amarrarmos um pano em volta da borracha, a passagem da água estará prejudicada. Nas artérias, esse pano pode ser comparado às placas de gordura acumuladas nas artérias ou a um engrossamento das paredes arteriais.
Calcula-se que, até os 70 anos de idade, o coração de uma pessoa bombeie aproximadamente 200 mil toneladas de sangue. Daí, fica fácil imaginar que, se a resistência (pressão arterial) é maior que o normal, o coração terá que fazer um esforço cada vez maior para conseguir bombear o sangue para todas as células.
Daí, decorrem dois tipos de problema. O primeiro deles é que o coração é um músculo. Ao ser exercitado além do normal, pode aumentar de tamanho, levando a sérias complicações cardíacas. O segundo é que, se a passagem do sangue é muito difícil, ele pode não chegar adequadamente ao seu destino. O sangue é responsável por levar nutrientes e oxigênio a todas as células do corpo. Se ele não fluir corretamente, pode resultar em deficiência de vários órgãos, gerando, principalmente, problemas cardíacos, renais, visuais e cerebrais - doenças que prejudicam a qualidade de vida, matam ou deixam seqüelas.
Estima-se que 11% a 20% da população mundial sofra de hipertensão. Metade destes portadores não sabe que tem o distúrbio, o que faz da doença a principal causa de morte de adultos no mundo, sendo estimados 300 mil óbitos no Brasil anualmente.
Infelizmente, a menos que tenha uma causa específica (o que só acontece em 5% a 10% dos casos), a hipertensão não tem cura. Mas a Medicina dispõe de várias alternativas de tratamento que, se seguidas regularmente, permitem ao paciente controlar sua pressão e manter os níveis normais de circulação sangüínea. Muitas vezes, nem é preciso tomar remédio.
Por isso, é indispensável procurar um serviço de saúde e medir a pressão arterial pelo menos uma vez por ano. Pessoas que têm casos de pressão alta na família devem fazer esta verificação duas vezes ao ano. Não dói, não incomoda, não deixa marcas - só exige que a pessoa dispense alguns minutos de um ou dois entre 365 dias do ano, para deslocar-se até o médico.