A Faculdade de Ciências (FC) do câmpus de Bauru da Universidade Estadual Paulista (Unesp) passa a contar, a partir do dia 20 de setembro, com novo diretor. O cargo, atualmente ocupado pelo professor José Misael Ferreira do Vale, será exercido pelo professor José Brás Barreto de Oliveira.
Oliveira, que é chefe do Departamento de Física da FC, também será o novo presidente do Grupo Administrativo do Câmpus (GAC), hoje presidido pelo professor Edwin Avólio, diretor da Faculdade de Engenharia (FE) (leia texto nesta página).
Concorrendo com mais um candidato, Oliveira venceu a eleição da FC ao propor, entre outros itens, o fortalecimento dos dez cursos de graduação da unidade, que em 2002 passará a oferecer mais duas opções: licenciaturas em química e em pedagogia. Desse total, oito funcionam no período noturno.
É preciso garantir infra-estrutura adequada para o funcionamento da unidade no período noturno. Atualmente, contamos com 68 funcionários, o que, para o tamanho da FC, está aquém da nossas necessidades, afirma Oliveira.
A FC é a maior unidade entre as três existentes no câmpus local - somada a ela existem a FE e a Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação (Faac). A FC congrega 160 professores e 1,3 mil alunos de graduação e 80 de pós-graduação.
No caso da graduação, os estudantes estão divididos em cursos oferecidos nas áreas de humanas, exatas, biológicas e médicas. O número de áreas torna a FC uma unidade complexa, se comparada à FE e à Faac.
A heterogeneidade é a principal característica da FC. O fato de envolver quatro áreas de conhecimentos torna sua administração complexa e estimulante. Há diversidade maior de pensamentos, diz o diretor eleito.
Com 72% dos professores com doutorado, nível que se equipara à média registrada na Unesp, a FC também tem outra marca registrada: número expressivo de atividades de pesquisas. Isso tem propiciado ampliação de captação de recursos em órgãos de fomento à pesquisa e aumento do número de projetos de iniciação científica.
Como resultado, a FC necessita ampliar seu espaço físico, seja por meio da construção de laboratórios didáticos e de pesquisa ou em salas de aula - embora o câmpus tenha acabado de inaugurar mais uma central de salas de aula.
A construção de novos prédios faz parte das propostas de Oliveira. Vamos nos empenhar para isso e esperamos contar com a sensibilidade da Reitoria, diz o novo diretor.
O nível de titulação implica, também, no aumento do número de grupos de pesquisa. Razão pela qual, acredita Oliveira, se torna imperioso investir na ampliação dos cursos de pós-graduação, seja lato-sensu (especialização) ou stricto sensu (especialização).
Quero atuar para abrir novos programas em novas áreas de atuação. E isso é possível porque temos uma massa crítica bastante estabelecida. Além disso, vamos apoiar os cursos de especialização porque há demanda na região, salienta Oliveira.
Na área de extensão, o novo diretor se compromete a apoiar os trabalhos existentes. Temos atuação marcante no ensino, pesquisa e extensão. Por isso, entendo que a minha gestão deve ser compartilhada com a comunidade acadêmica. Não dá para ser diferente, avalia.
Oliveira administrará câmpus
Além da direção da FC, o professor José Brás Barreto de Oliveira assumirá a presidência do GAC de Bauru. A função será exercida a partir do dia 22 de setembro.
Oliveira presidirá o GAC em razão de acordo entre as unidades, o qual prevê que a administração do câmpus será rotativa, ou seja, a cada dois anos o cargo da presidência deve ser repassado a um diretor de unidade.
No momento, o GAC é presidido por Edwin Avólio, diretor da FE. Antes, o cargo foi ocupado pela professora Cleide Biancardi, então diretora da Faac. A partir de setembro, a função passa a ser exercida pelo diretor da FC.
Como na FC, Oliveira pretende trabalhar em colaboração com a comunidade acadêmica para administrar o câmpus local. Estou ciente das carências dos setores e pretendo apoiar muitas das atuais reivindicações por melhor infra-estrutura, afirma.
Entre elas, o diretor eleito da FC cita a construção de salas de aula e ampliação dos laboratórios didáticos e da biblioteca. No momento, a biblioteca da Unesp de Bauru passa por reforma. Mesmo depois disso, ela continuará acanhada em relação ao espaço físico. Além disso, é preciso ter mais investimentos em compra de livros e periódicos, que são fundamentais para a pós-graduação, diz.
Oliveira também é favorável à construção de um restaurante universitário no câmpus e de moradia estudantil. Na maioria dos câmpus de universidade públicas, essas reivindicações já são realidade. Penso ser necessário facilitar a vivência universitária, garantindo acesso, de fato, ao ensino público, sustenta.
O diretor eleito da FC é favorável à descentralização da Reitoria, hoje sediada em São Paulo, e considera a interiorização uma proposta interessante. Antes, é preciso fazer um amplo debate, com base em critérios técnicos e projetos futuros. Nesse sentido, apóio a realização do plebiscito, finaliza.