07 de dezembro de 2025
Geral

Data mudou história do Planeta

B. Requena
| Tempo de leitura: 2 min

O dia 11 de setembro não ficará mais na história apenas como a data lembrada porque, vários anos atrás, mais precisamente no dia 11 de setembro de 1973, num golpe de Estado violento, o general Augusto Pinochet derrubou, no Chile, o governo socialista da Unidade Popular do presidente Salvador Allende. Com o apoio da CIA, claro. Após a invasão do Palácio de la Moneda, Allende estava morto. A tragédia chilena do dia 11 passou a figurar apenas como um cisco, nesta data, levando-se em consideração o pesadelo vivido ontem por toda a nação norte-americana e - por que não dizer? - o mundo inteiro.

A catástrofe conseguiu provar que o gigante do Norte tem mesmo pernas de barro. Os americanos sofreram nos últimos anos muitos atentados mundo afora. No Sudão, onde o prédio de sua Embaixada foi para os ares; no Iêmen, onde uma de suas belonaves lotada de militares foi alvo em cheio de torpedo disparado por terroristas. Já nessa oportunidade, o milionário saudita refugiado no Afeganistão, Ossama Bin Laden, surgiu como suspeito número 1 de ter organizado e financiado a ação. Sabe-se que dinheiro para isto não falta. Bin Laden tem reservados US$ 5 bilhões para gastar nessa atividade.

Na Alemanha, um atentado numa casa noturna freqüentada por militares americanos fez novamente jorrar o sangue desse povo. Embora esses fatos tenham desafiado a segurança proporcionada por Washington, ocorreram a muitos milhares de quilômetros da avenida Pensilvânia, onde está a Casa Branca. Não se podia imaginar que a maior potência do mundo estivesse tão vulnerável em seus próprios limites.

Ninguém haveria de supor que com todo o rigor aparente a potência mantivesse sua guarda levantada. E com vários indícios de que isso um dia pudesse acontecer. Quais eram esses indícios? O primeiro deles: em 1993, terroristas fizeram explodir um veículo lotado de explosivos no subterrâneo (garagem) das torres. O 2.º, 3.º e 4.º durante a última década, pilotos apenas para provar a segurança ou mesmo hostis pousaram com seus aviões, um na Praça Vermelha, diante do Kremlin, em Moscou, e dois ao lado do salão oval da Casa Branca, gabinete principal de Bill Clinton e George Bush.

Infelizmente, é difícil vislumbrar um caminho que leve a uma solução para esses problemas. A guerra contra os terroristas é pior do que a guerra convencional. Na guerra tradicional é nação contra nação. Já os terroristas podem até pertencer a país amigo, contra o qual não se vai declarar guerra, ou ser mesmo uma questão doméstica. Timothy McVeigh, que matou quase mil, em Oklahoma City, era cidadão americano e lutou na guerra pelo seu país.

Mas, infelizmente, a tragédia do dia 11 não foi a pior. Com o fim da União Soviética, houve grande contrabando de material nuclear nas repúblicas. Com essa fragilidade, Washington poderia reprisar Hiroshima 2.

(*)B. Requena é editor de Internacional do JC.