O ex-diretor de Finanças da Prefeitura e do DAE, Elpídio Cristino de Lima, lançou na CEI dúvidas sobre o governo.
A CEI do DAE recebeu, ontem, seis depoimentos, que exigiram novamente dos vereadores mais de oito horas entre perguntas e respostas. A maioria dos depoimentos versou sobre questões técnicas sobre a perfuração do poço do Parque Roosevelt II sem licitação, com exceção das afirmações feitas pelo ex-diretor financeiro do DAE, Elpídio Cristino de Lima. Ele lançou dúvidas sobre ações administrativas que não teriam sido tomadas por Nilson Costa (PPS) ao ser informado de eventuais irregularidades no DAE. O prefeito negou que o ex-diretor o tivesse alertado sobre qualquer irregularidade.
Elpídio Cristino de Lima declarou na CEI que informou o prefeito de que haveria um acordo de pagamento de dívida firmado entre as empresas Jakef-LR e o DAE mantido em aberto na gestão de Flávio Uchoa. A renegociação feita na gestão de Flávio Uchoa teria sido mantida sem os pagamentos combinados. Ele ainda afirmou que o processo que trata do caso teria sumido na autarquia.
O ex-diretor financeiro do DAE declarou na comissão que, durante sua gestão, levantou que as empresas Jakef e LR estavam com débitos em aberto junto à autarquia. Segundo ele, as empresas fizeram um acordo para o pagamento de dívida com o DAE, em 1996, em 26 parcelas de R$ 17 mil. Elpídio disse aos vereadores que as empresas quitaram duas parcelas, ainda na gestão de Eric Fabris na presidência do DAE. Este fato foi confirmado pelo ex-presidente da autarquia por telefone, ontem à noite.
Entretanto, o ex-diretor financeiro do DAE afirmou na CEI que, em função da permanência do débito, isto já na gestão de Flávio Uchoa, iniciou-se a renegociação da dívida, que foi fruto de investimentos feitos pela autarquia na construção dos núcleos Parque Sabiás e Parque Andorinhas. Ele acrescentou que o processo sobre o fato teria sumido da autarquia e o crédito em favor do DAE permanecido em aberto.
Com isso, Elpídio de Lima declarou na CEI que procurou o prefeito Nilson Costa para informar desta irregularidade e que nenhuma medida teria sido tomada pelo prefeito. Ele ainda mencionou que, conforme carta encaminhada ao vereador João Parreira (PSDB), foi abortada a ocorrência de possível irregularidade na compra de camisetas da autarquia por sua intervenção. Elpídio afirmou que Nilson Costa telefonou dizendo que eram amigos há muito tempo e que estava chateado por ele ter dado conhecimento do caso ao vereador Parreira.
Prefeito nega
Já o prefeito Nilson Costa negou que o ex-diretor financeiro do DAE tenha levado a seu conhecimento qualquer irregularidade na autarquia. Nilson ainda comentou que, diante da carta assinada por Lima, foi aberta uma sindicância no DAE e nenhuma compra de camisetas consta até o momento. Não vou fazer nenhum julgamento. Estamos deixando a CEI correr normalmente. Sobre este fato citado pelo Elpídio, vamos ver a sindicância ser finalizada pelo DAE para que possamos tomar as providências judiciais, disse.
Embora tenha lançado dúvidas sobre o comportamento administrativo do prefeito em relação a supostas irregularidades no DAE, Elpídio Cristimo de Lima confirmou à CEI que não tinha nenhum documento que comprovasse suas alegações, mas apenas palavra contra palavra do que foi conversado com o prefeito. Inicialmente, o ex-diretor do DAE falou que iria se pronunciar sobre as possíveis irregularidades apenas em juízo ou perante a Promotoria, mas acabou sendo pressionado pelos vereadores a dizer as dúvidas que tinha lançado sobre o chefe do Executivo.
Está errado
O depoimento de Elpídio Cristino de Lima, o último previsto até o momento em relação ao processo de perfuração do poço no Parque Roosevelt na CEI, acabou trazendo poucas informações sobre o caso em apuração. A não ser o fato do ex-diretor financeiro do DAE ter afirmado que há um despacho errado feito por ele próprio no processo. Lima diz que não competia a ele analisar a melhor proposta de preço em relação aos contratos do DAE, mas que errou ao entrar no mérito em relação ao caso do poço no Parque Roosevelt.