O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de bauru está com a exposição A Evolução da Moradia Brasileira, que retrata, através de painéis com reproduções de obras de arte, fotografias e trechos de obras da literatura nacional, os estilos brasileiros de habitação. O enfoque abrange desde ocas indígenas, casas bandeirantes e caiçaras até a atualidade, passando pelo contexto da urbanização e da influência européia. A mostra pode ser vista até 5 de outubro.
Exibida inicialmente no Centro de Educação em Design de Interiores - mostra especializada na área -, na unidade do Senac do Estado, a exposição tem a curadoria de Lygia Eluf, coordenadora de artes plásticas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e assessora de curadoria do Museu de Arte de São Paulo (Masp).
Eluf aponta a complexa inter-relação entre as exigências de um momento histórico e as propostas arquitetônicas subjacentes. A produção do espaço arquitetônico de morar é resultado de um processo criativo, conduzido pelas necessidades sócio-econômicas e culturais de um povo, em uma determinada época, diz. O espaço de habitar no Brasil é um campo de criação específico, de aspectos variados, que busca a interligação do homem e da casa, completa. Montados em biombos, os painéis ilustram questões como a adaptação da cultura indígena pela moradia brasileira, a influência da popularização dos eletrodomésticos no dimensionamento do espaço da cozinha e o isolamento exigido pelo hábito de ver televisão.
Amanhã, às 19h30, a arquiteta Maria Antonia Zeca, professora da área no Senac em Bauru, ministra a palestra Passado, Presente e Futuro do Verbo Morar.
Maria Antonia diz que vai enfocar a evolução da habitação brasileira, trazendo mais informações sobre as exigências sociais que foram atendidas por estilos de morar no Brasil.
A habitação vai se transformando conforme a necessidade do povo, analisa a professora, que pretende, ainda na palestra, especular sobre as conseqüências das inovações tecnológicas no desenho da moradia.
A tecnologia sempre foi um dos fatores mais importantes na modificação de comportamentos. Quando apareceu o automóvel, a casa foi alterada para receber o veículo, conta. Inclusive, as casas do futuro, consideradas inteligentes, têm tudo a ver com a tecnologia da internet e do celular. O caminho é transformar a casa para que a gente tenha esses equipamentos nos ajudando.Maria Antonia argumenta que a mudança dos valores sociais também gera repercussões que precisam ser consideradas pelo design de interiores. A cozinha ficava no fundo da casa, mas, a partir do momento em que a dona de casa começa a perder suas empregadas domésticas, ela precisa tanto atender a porta quanto fazer a comida e dar atenção aos filhos. Do fundo, a cozinha passa para o começo da casa, um ponto mais estratégico, conclui.
Serviço
Exposição A Evolução da Moradia Brasileira, grátis, até 5 de outubro, no Senac Bauru. Amanhã, 19h30, palestra Passado, Presente e Futuro do Verbo Morar, c/ Maria Antonia Zeca, grátis. A exposição pode ser vista das 8h30 às 22h. Av. Nações Unidas, 10-22. Informações: 227-0702.