07 de dezembro de 2025
Geral

PREZADO GILMAR:

Rodney José Bastos
| Tempo de leitura: 1 min

Não poderia deixar passar a oportunidade de cumprimentá-lo pela brilhante matéria que você escreveu no último domingo, sobre o jornalista Marcelo, que largou um vida de classe média alta e aderiu ao Movimento Sem Terra. Mais uma vez você conseguiu imprimir ao texto uma visão imparcial de quem narra os fatos sem acrescentar a visão pessoal. A matéria em questão vem provocar a reflexão que a sociedade tem que, constantemente, estar fazendo: o por quê um jovem de 27 anos, que conhece, pode dizer que o mundo, que vivia bem, tinha um emprego de visibilidade e, de reprente, larga tudo e abraça uma vida, por muitos considerada à margem da sociedade.

Numa época em que os veículos de comunicação não se preocupam, de maneira geral, em despertar, no mínimo, a curiosidade das pessoas para a discussão de assuntos que promovem a transformação social - incomodam as elites do poder, essa reportagem trouxe à luz a discussão da ética, da moral e do poder. Poder, porque nunca um órgão da imprensa abordou um movimento, respeitado fora do país como um exemplo de organização, mas visto por nós, brasileiros, como foco de banditismo e até mesmo de terrorismo urbano, da forma como você o fez, mostrando a realidade nua e crua da própria sociedade brasileira, da qual o próprio MST é uma parcela.

Receba, pois o reconhecimento e o nosso muito obrigado por nos proporcionar momentos de reflexão sobre a nossa própria vida. Oxalá você possa continuar contribuindo decisivamente para a transformação da sociedade, numa sociedade mais justa, mais fraterna, mais ética. Um forte abraço. (Rodney José Bastos - Presidente do Conselho Diocesano de Leigos e Leigas da Diocese de Bauru)