07 de dezembro de 2025
Geral

Cesta acumula alta de 8,65% em 2001

Paulo Toledo
| Tempo de leitura: 4 min

Nos nove primeiros meses deste ano, a cesta básica já teve um aumento 3,45% acima da inflação medida pelo IPC.

O preço mínimo da cesta básica em Bauru chegou a R$ 139,65, em setembro, o que significa uma alta acumulada de 8,65% sobre o valor de dezembro, que foi de R$ 128,53, ou seja, 3,45% a mais do que os 5,2% de inflação medida pelo Índice de Preços aos Consumidor (IPC), no mesmo período.

Neste ano, o grupo de alimentação teve um reajuste acumulado de 9,26%, enquanto o limpeza doméstica subiu 12,38% e o de higiene pessoal 0,34%, segundo Reinaldo César Cafeo, um dos coordenadores da pesquisa realizada pela Faculdade de Ciências Econômicas da Instituição Toledo de Ensino (ITE), para o Data-ITE, que detectou os reajustes.

Em setembro, a cesta apresentou uma pequena alta de 0,29% sobre os R$ 139,25 de agosto. A análise é de que houve uma certa estabilidade, no mês passado, por conta de uma alta de 2,74%, em relação a julho. Se comparado com setembro de 2000, quando atingiu R$ 140,52, o valor da cesta básica em Bauru teve uma queda de 0,62%.

Para Cafeo, que também é delegado regional do Conselho Regional de Economia (Corecon), a perspectiva é de que a cesta básica fecha o ano com reajuste acima da inflação. De acordo com ele, ainda não é possível projetar qual será o índice. Porém, afirma que haverá influência do aumento dos combustíveis, que deve chegar a cerca de 4%, pelo menos. Além disso, a variação do dólar pode atuar nos preços, também. A única forma desses reajustes não influenciarem na alta da cesta é se os supermercadistas resolverem utilizar eventuais estoques para segurar um pouco os aumentos. Aí terá um reflexo maior na reposição das mercadorias, num momento seguinte, afirmou.

De acordo com a pesquisa, realizada em dez supermercados de Bauru, coordenada pelos professores Jacques Vervier e Cafeo, em setembro, o grupo alimentação consumiu R$ 102,79 do total. Esse valor foi 0,5% menor do que o mês de agosto. A maioria dos preços apresentou pouca variação neste período. Destaques para a batata, com queda de 33,9%; e para os ovos, com alta de 53,3%; e farinha de mandioca com queda de 29,5%.

O grupo limpeza doméstica, representou um total de R$ 21,37. Esse valor é 6,85% maior do que o mês de agosto de 2001. A água sanitária foi, novamente, o destaque com alta de 13,4%, nos dois meses anteriores já havia subido 12,3% e 20,7%.

Já o grupo higiene pessoal, equivalente a R$ 15,49, representou um índice 2,82% menor que o do mês de agosto de 2001. O papel higiênico teve queda de 3,09% e foi o destaque.

A pesquisa é realizada em dez supermercados de diversas regiões da cidade, sem que ocorra repetição de dois da mesma rede. Estão incluído 31 produtos, das marcas mais consumidas em Bauru, de acordo com pesquisa realizada anteriormente.

Uma das principais conclusões da pesquisa comprova a velha tese de que o consumidor deve estar muito atento na hora de comprar, pois entre os preços mínimos e máximos dos mesmos produtos há diferenças expressivas. Por exemplo, o preço da batata teve variação de 230,8% entre o menor e o maior preço encontrados nos supermercados pesquisados. No caso da farinha de mandioca, a variação foi de 166%, enquanto na água sanitária encontrou-se diferenças de até 106,3% e no absorvente higiênico de até 93,5%.

O valor base adotado é o da segunda semana do mês, no caso de setembro, mesmo critério utilizado pelo Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas Sócio-Econômicas (Dieese). A cesta do Dieese é bastante generosa; 15 Kg de arroz, 4 Kg de feijão e 10 sabonetes por mês para quatro pessoas.

A metodologia adotada pela ITE é a mesma usada para apuração da cesta básica na Capital, por meio de um convênio entre o Dieese e o Procon. Isso faz com que se tenha, inclusive, uma base de comparação.

O valor mínimo total da cesta em Bauru é a soma dos menores preços encontrados nos dez supermercados. Isso não significa que o consumidor vai conseguir encontrar esse total se comprar em apenas um estabelecimento.

Regiões: Sul tem maior preço

Por regiões, a pesquisa do Data-ITE verificou que a Zona Sul apresenta o maior valor para a cesta básica, com R$ 176,44, que significa 26,34% mais do que o valor mínimo de R$ 139,65. O menor valor está na Região Central, com R$ 142,40, numa diferença de apenas 1,97% sobre o preço mínimo.

Em relação ao menor preço, o valor encontrado na Zona Oeste da cidade R$ 165,99 - é 18,86% maior. A Região Norte teve o terceiro maior preço em relação ao mínimo, com R$ 167,72 (20,1%). O segundo valor mais alto por região vem da Zona Leste, onde chega a R$ 170,15, ou seja, 21,84% maior que o menor preço.