07 de dezembro de 2025
Geral

Amamentação até 6 meses ainda é rara

Redação
| Tempo de leitura: 3 min

Pesquisa feita em Bauru aponta que menos de 12% das mulheres amamentam seus filhos por mais de quatro meses.

Os índices referentes à amamentação em Bauru revelam que a cidade, assim como muitas outras do País e do mundo, perdeu a cultura da amamentação. O alerta é da nutricionista Maria Nereida Panichi, coordenadora do Banco de Leite Humano de Bauru.

De acordo com Maria Nereida, as últimas pesquisas referentes à amamentação em Bauru indicaram que menos de 12% das mulheres amamentam até quatro meses. A maior parte das mulheres não amamenta ou deixa de dar o leite materno à criança nos três primeiros meses de vida. O ideal, de acordo com a nutricionista, é que a criança seja amamentada, no mínimo, até seus quatro a seis meses de vida. É um querer sem orientação. Por falta de orientação, as mães acabam deixando de dar o peito e dando mamadeira, expõe.

Maria Nereida acredita que a sociedade atual carece da cultura da amamentação, que antigamente tinha mais força entre as famílias. A amamentação é uma coisa que tem que ser ensinada e vivida, afirma. A semana de amamentação, que começou ontem em Bauru e vai até domingo, aborda várias questões ligadas ao aleitamento (veja quadro).

A conquista do mercado de trabalho pelas mulheres, assim como a introdução do consumo do leite em pó, contribuiu para que o hábito do aleitamento perdesse força, tornando-se um problema nos dias atuais, segundo Maria Nereida. Hoje você não tem mais a cultura da amamentação, o hábito de ver pessoas amamentando, disse.

As preocupações estéticas são outro empecilho apontado pela nutricionista, no que tange à amamentação. Muitas mães, temendo que seus seios tornem-se flácidos, se recusariam a oferecer o leite materno ao recém-nascido. Não é a amamentação que dá a flacidez, salienta Maria Nereida.

Ao contrário do que muitos pensam, não são as mães adolescentes as que mais recusam-se à amamentar. De acordo com Maria Nereida, quando a gravidez é bem aceita, as adolescentes apresentam menos problemas no período da amamentação do que mulheres mais velhas e, no entanto, sem muita orientação. Isso não chega a ser um empecilho se a adolescente for bem orientada, ressalta.

A coordenadora do Banco de Leite Humano de Bauru destaca que o problema da amamentação está relacionado principalmente à conscientização anterior sobre o valor da amamentação e sobre como proceder durante esse período.

Banco de Leite necessita de doadoras

O Banco de Leite Humano está com baixo estoque de leite e pede apoio das mulheres em período de amamentação para que tornem-se doadoras.

De acordo com Maria Nereida Panichi, nutricionista e coordenadora do Banco de Leite Humano de Bauru, o inverno é um período de pouca doação e compreende meses em que as crianças mamam mais já que necessitam de energia para produzir mais calor para o corpo.

Terminado o inverno, os estoques do Banco de Leite estão baixos. A quantidade de leite doado permanece no local apenas até que os exames necessários sejam realizados. Estamos entregando o leite que entra, expôs Maria Nereida.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone 235-1368.